Por que o etanol é estratégico para o Brasil ser destaque global em produção de SAF
Por que o etanol é estratégico para o Brasil ser destaque global em produção de SAF
Além da oferta do renovável, país tem a Lei do Combustível do Futuro, que prevê a implementação do combustível sustentável de aviação
Imagem: Unica / Delcy Mac Cruz
O etanol pode fazer o Brasil se consolidar globalmente com a oferta de combustível sustentável de aviação (SAF).
O blog da Fenasucro já destacou a estratégia do emprego do biocombustível como fonte de produção de SAF (leia mais aqui).
Aliás, o SAF é a aposta do mercado aéreo global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) geradas pelo querosene de aviação (QAV), combustível recrutado pelos motores aéreos e que é forte emissor de poluentes.
Em resumo, tendo como fonte o biocombustível, o Brasil tem potencial para ofertar 50 bilhões de toneladas nos próximos anos, relatou ao AGFeed Gilberto Peralta, CEO da Airbus no Brasil.
Como anda o SAF no Brasil?
Há duas implementações em curso que integram o setor sucroenergético e plantas produtoras de SAF.
1 - Projetos no exterior
A primeira é a oferta do biocombustível para projetos produtores localizados no exterior.
O Japão, por exemplo, terá uma refinaria de petróleo, a Taiyo Oil, que produzirá SAF a partir de tecnologia da americana Honeywell.
Nesse caso, o etanol de diversas fontes - milho e materiais celulósicos - será convertido no combustível renovável de aviação (leia mais a respeito aqui).
2 - Oferta para plantas de produção
Companhias do setor sucroenergético brasileiro também consolidam parcerias ou estão se certificando para enviar etanol para projetos de fabricação no exterior.
É o caso da GranBio, com unidade em São Miguel dos Campos (AL), que desenvolveu plataforma, a AVAP, para conversão de biomassa em SAF 2G (leia aqui).
Em outra ponta, companhias como a Raízen, São Martinho, Coruripe, Adecoagro e Cocal, além da FS, estão entre as que estão devidamente certificadas para fornecer etanol para produzir SAF.
O que vem agora?
O Brasil caminha agora para a implementação do SAF e isso consta da Lei do Combustível do Futuro, sancionada pela Presidência da República em outubro de 2024.
A regulamentação é necessária para criar condições e segurança de projetos de produção no país.
E isso integra a Lei do Combustível do Futuro.
“Estimativas sugerem que a rota “Alchool-to-Jet (ATJ)”, que produz SAF a partir do etanol, pode produzir boa parte dos 9 bilhões de litros de SAF do potencial brasileiro”, destaca, em nota, o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), relator do projeto de lei do Combustível do Futuro.
Incentivo e pesquisa
A Lei também incentiva a pesquisa, a produção e a dição de SAF por meio do Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (Probioqav).
Destaca o programa que, entre 2027 e 2028, as companhias aéreas deverão diminuir a emissão de gases do efeito estufa em no mínimo 1% ao ano no país.
A partir de 2029, a meta de redução aumenta um ponto percentual anualmente até 2037, quando deverá atingir pelo menos 10%.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) poderá dispensar da obrigação empresas sem acesso ao combustível sustentável nos aeroportos que operam, relata texto da Agência Senado.
Com a legislação, o Brasil dá mais um passo para fazer com que o etanol seja estratégico para a produção de SAF, afinal as 320 companhias aéreas, que compõem 83% do tráfego global, mantêm o compromisso de zerar a emissão de carbono até 2050.