5 retornos positivos de investimentos em conexão rural no setor sucroenergético
5 retornos positivos de investimentos em conexão rural no setor sucroenergético
Entre eles estão a redução de custos
Crédito da imagem: Freepik / Delcy Mac Cruz
Estratégica na transformação digital, a conectividade anda a passos lentos no campo do Brasil.
Em abril deste ano, apenas 37,4% dos imóveis rurais brasileiros tinham cobertura de sinal 4G e 5G em toda a sua área de uso agropecuário.
A projeção foi divulgada pelo Indicador de Conectividade Rural (ICR) da organização ConectarAgro, produzido em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) (leia mais aqui).
Impacto da baixa conectividade - Se de modo geral a pequena taxa de conexão rural afeta o agronegócio brasileiro, imagine no caso do setor sucroenergético, cujo campo responde por 60% do custo de produção de um litro de etanol.
Fornecedor de matérias-primas - Esse peso rural é explicado porque é o campo quem fornece a matéria-prima (cana-de-açúcar) para a fabricação do biocombustível, bem como os subprodutos dessa fonte (palha, torta de filtro e vinhaça) que também se tornam matérias-primas de eletricidade, biogás, biometano e etanol de segunda geração.
Área ocupada pelo setor - Em 2022, a área de cultivo com cana-de-açúcar somou 9,9 milhões de hectares, conforme a Unica, entidade do setor (leia aqui).
Entretanto, esse montante representa 6,3% dos 64 milhões de hectares de áreas cultiváveis no país, segundo a Embrapa.
Avanço - Mas se o setor sucroenergético canavieiro ocupa só 6,3% da área cultivável do Brasil, por que, então, a conectividade não avança de forma rápida?
Oferta de tecnologia - Quando se trata de tecnologias, o mercado está bem suprido. Não faltam produtos, serviços e técnicos especializados. Mas falta condição para completar a conectividade, ou seja, sinal disponível, seja ele 4G e 5G.
O que faz o governo federal? - Por meio do Ministério das Comunicações, o governo investe na expansão do 4G e mesmo do 5G. No caso, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) anunciou R$ 18,5 bilhões nessas expansões (leia mais aqui).
Conforme o Ministério, áreas rurais também serão contempladas pelo investimento, anunciado em março deste ano.
Exemplo da BP Bunge
No entanto, assim como outros setores do agronegócio, o sucroenergético tem pressa pela transformação digital, que inclui a conexão.
Em meio a essa situação, companhias têm investido por conta em programas relacionados.
É o caso da BP Bunge Bioenergia, joint venture entre a inglesa BP e a americana Bunge, controladora de 11 plantas industriais espalhadas por cinco estados.
A partir de material divulgado pela BP Bunge, o blog Fenasucro lista a seguir 5 retornos positivos dos investimentos da companhia no projeto de transformação digital em curso neste 2024.
1 - Investimento e plano de conectividade
A companhia investe mais de R$ 100 milhões no projeto cujo objetivo é impulsionar sua estratégia de eficiência operacional, que contempla aumento de produtividade, redução de custos e processos ainda mais sustentáveis.
Integram esse projeto a conectividade rural, com a construção de 98 torres 4G, em parceria com a operadora TIM, que levarão acesso à internet a 3 milhões de hectares nas regiões das 11 unidades onde a empresa opera em cinco estados ― Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Tocantins e Minas Gerais.
2 - Ganho social
Os benefícios gerados impactam mais de 105 mil pessoas nos 46 municípios vizinhos às unidades da companhia, incluindo 65 escolas, sendo 53 delas públicas.
3 - Crescimento sustentável
Geovane Consul, CEO da BP Bunge, explica que este processo de transformação digital é estratégico e contribui, em diferentes aspectos, para apoiar os planos de crescimento sustentável da companhia.
“Temos uma agenda de compromissos que orientam a nossa jornada de evolução e este forte investimento em tecnologia é um importante passo para a transformação digital, que nos permite avançar cada vez mais em excelência operacional agrícola e industrial; atuar de forma ainda mais eficaz na gestão de recursos naturais; contribuir para o desenvolvimento das comunidades locais onde atuamos, entre outros objetivos estabelecidos para o negócio”, diz o CEO.
3 - Agilidade e precisão
Com a ampliação do acesso à internet em suas unidades, recursos tecnológicos já utilizados pela companhia terão seu uso potencializado, gerando maior agilidade, precisão e ampliando o acesso a dados em tempo real, o que traz um impacto importante para a excelência operacional.
4 - Gestão operacional e uso de IA
A empresa já conta com tecnologia embarcada em cerca de 1.200 equipamentos agrícolas e de transporte conectados a uma central de gestão logística integrada (SmartHub), que é equipada com recursos da agricultura 4.0 e promove uma gestão operacional baseada em dados e no uso da inteligência artificial (IA).
Essa central acompanha 24 horas por dia, sete dias por semana, toda a operação de plantio, tratos culturais, colheita e transporte, além de processos de irrigação e fertirrigação dos canaviais, garantindo o abastecimento industrial com mais segurança, qualidade e excelência operacional.
5 - Referência
Os investimentos realizados pela BP Bunge na transformação digital também devem fortalecer a posição da companhia como referência em agricultura regenerativa no setor bioenergético brasileiro, reconhecimento obtido pelos investimentos contínuos da empresa no desenvolvimento e aplicação de soluções e boas práticas de gestão do campo alinhadas a compromissos de sustentabilidade.
“Conseguiremos acessar dados de performance em tempo real, favorecendo um trabalho ainda mais sólido de agricultura de precisão, com rapidez na tomada de decisões relacionadas à otimização do uso de insumos, por exemplo, com uma visão mais assertiva de quais produtos utilizados em nossas atividades podem ter seu uso reduzido ou mais bem aproveitados, colaborando assim com nossos objetivos em termos de redução na emissão de carbono”, explica o CEO companhia.