A importância do setor eletroeletrônico para a retomada pós-pandemia

 

setor eletroeletrônico pode colaborar muito para a retomada da economia após a crise gerada pela Covid-19. Essa foi a conclusão de líderes empresariais que participaram do FIEE Talks do dia 12/05, que discutiu as lições da crise e a importância do setor no novo normal pós-pandemia.

Afinal, diante de um momento desafiador como o atual é preciso utilizar tecnologias e soluções que promovam eficiência e produtividade, da Geração de Energia à Conectividade.

Para falar mais sobre as alternativas para o setor elétrico e eletrônico, a FIEE reuniu Humberto Barbato, presidente da ABINEELeandro Santos, Vice-Presidente de Operações da Flex Brasil; e Renato Buselli, Presidente da América Latina da Siemens Healthineers. A conversa foi apresentada por Adriana Guidi, Gerente de Produto da FIEE, e está disponível no canal oficial da FIEE no YouTube.

A live foi acompanhada por mais de 1.400 pessoas e até o fechamento deste texto um público de quase 2.700 pessoas assistiu ao programa. Veja os principais pontos da transmissão.

 

Um cenário desafiador para o setor eletroeletrônico

De acordo com Humberto Barbato, o cenário é repleto de desafios, afinal o setor eletroeletrônico foi afetado desde o primeiro momento por falta de componentes vindos da China, primeiro epicentro do novo coronavírus.

Sofremos uma forte retração. Além disso, para 2020, o número de empresas que projetavam queda nos seus rendimentos aumentou para 43% em março. Ao mesmo tempo, a porcentagem de empresas que previam crescer neste ano caiu de 83% para apenas 28%”, afirmou o presidente da Abinee.

Leandro Santos, da Flex Brasil, disse que a empresa multinacional, que opera em 120 países com manufatura de produtos eletrônicos, começou a receber informações sobre o início da pandemia no começo do ano.

“Dessa forma, aprendemos com o que aconteceu em outros países, montamos um comitê de crise que criou protocolos de ação e nosso primeiro objetivo foi cuidar das pessoas”, afirmou.

 

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Com fábricas em diversos locais atuando na área médica, a Siemens Healthineers percebeu os sinais da crise também no início de 2020. “Tivemos postergações de prazos de envio de componentes e similares. Por isso, fizemos um plano para preservar funcionários, revisar processos e pensar em maneiras de não interromper a cadeia de produção”, revelou Renato Buselli.

O especialista elenca alguns aprendizados durante a crise. “Antes de mais nada, o primeiro aprendizado é: o maior patrimônio da empresa são nossos colaboradores. Não adianta ter ativos e recursos se você não tem gente apaixonada e criando soluções. A segunda coisa: é preciso se planejar antes da crise acontecer”.

A apresentadora do FIEE Talks, Adriana Guidi, destacou a importância da feira nestes novos desafios: “temos um papel fundamental como promotores de feiras e eventos no incentivo aos negócios e troca de informações entre os principais players da indústria brasileira”.

 

As ações do setor eletroeletrônico

De acordo com o presidente da Abinee, o setor eletroeletrônico deu bons exemplos de ações durante a crise gerada pela Covid-19, que impactou os mais diversos mercados da economia brasileira.

“Estamos tentando preservar empregos. 70% das nossas empresas mantiveram seus funcionários nesse período ao recorrer a medidas como home office, antecipação de férias, férias coletivas ou redução da jornada de trabalho. Assim, estamos trabalhando para minimizar o problema do desemprego”, disse Humberto.

No caso da Flex Brasil, colaboradores foram colocados em home office e a produção foi reduzida para preservar funcionários, mas sem deixar de atender à demanda do setor de saúde com relação a suporte e computação. Afinal, segundo Leandro, muitos clientes procuraram a empresa em busca de soluções durante o período. Por contar com manufatura local, a empresa conseguiu absorver essas solicitações.

“Criamos soluções para aumentar a produção em 10 vezes. Com isso, a unidade brasileira da Flex conseguiu contribuir para atender as demandas pelas soluções da marca 4 semanas antes das outras unidades da Flex no mundo”, disse.

A Siemens Healthineers já investia em digitalização, home office e ferramentas de suporte à distância, o que facilitou a adaptação ao isolamento social, de acordo com Renato.

“Entretanto, tivemos desafios relacionados à manutenção de equipamentos. Por isso, revisamos processos logísticos, fizemos o uso de realidade aumentada e utilizamos plataformas digitais para dar suporte aos nossos clientes e não interromper a atividade”, contou.

 

O que vem no pós-pandemia

Para o CEO da Reed Exhibitions, Claudio Della Nina, “nosso papel é criar conexões entre nossos expositores e visitantes. Dessa forma, continuaremos a desempenhar nosso papel, independentemente do meio. Não apenas de forma física, como acontece no pavilhão, como também de maneira digital, como fizemos com essa transmissão. Como resultado, isso mostra a força de unir ações físicas e digitais, que serão reforçadas na retomada após a crise”.

“Esse é um momento único na história e poucos países têm a competência e o potencial que o Brasil tem, com suas universidades, institutos de pesquisa, manufatura, mercado interno e soluções tecnológicas avançadas. Assim, tudo isso nos dá uma vantagem que deve ser explorada para trazer mais inovação”, opinou Leandro Santos, da Flex Brasil.

Para ele, a pandemia pode estimular o país a aliar tecnologia com crescimento econômico, social e ambiental. “Podemos refletir sobre novos caminhos, criar políticas e usar tecnologia, inteligência e sustentabilidade para resolver desafios que propiciem um crescimento sustentável”.

 

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Para Renato Buselli, da Siemens Healthineeers, “sempre soubemos dos desafios relacionados a mobilidade, energia, saúde, concentração urbana e muitos outros. Agora, temos que ser mais colaborativos ainda e estar mais preparados. No futuro, já saberemos como agir melhor”, acredita.

Para ele, o novo ambiente exige colaboração, reflexão, desenvolvimento de tecnologias e eficiência. “A sociedade vai acelerar transformações no uso de dados, pesquisa e desenvolvimento, inteligência artificial e construções de estruturas eletroeletrônicas colaborativas para suportar demandas”.

“O mundo estará muito mais competitivo. Dessa forma, acordos internacionais precisarão ser bem planejados para o Brasil preservar seu mercado interno”, acredita Humberto Barbato.

O fato do setor eletroeletrônico ser o que mais investe em pesquisa e desenvolvimento é um diferencial que contribui para aumentar a produção das empresas, diz. Assim, elas poderão responder com agilidade as demandas do mercado na retomada da economia.

“Investimentos em P&D tendem a aumentar ainda mais após a crise. Logo, temos que aproveitar o período para transformar o país, reindustrializá-lo e aumentar a competitividade da indústria. Logo, o setor eletroeletrônico tem um papel de importância nesse momento e pode ajudar muito no pós-crise”, finaliza o presidente da Abinee.

 

Programa FIEE Talks continua em prol do setor eletroeletrônico

“A Live da FIEE durou pouco mais de 60 minutos e manteve um público médio constante de 550 pessoas por todo o período. Um número assim é maior do que um auditório lotado nas feiras de negócios. Dessa forma, isso mostra o potencial de conexões que vamos gerar ao integrar esta audiência com nossas ferramentas de geração de leads e rodadas de negócios virtuais”, afirma Luiz Bellini, diretor da FIEE Reed Exhibitions.

Adriana Guidi confirmou que o programa FIEE Talks terá uma sequência ao longo do ano em também em 2021, culminando em uma grande ação com transmissão de conteúdo ao vivo durante a FIEE em Julho de 2021.

 

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