10 motivos explicam porque a próxima safra de cana será maior que a atual
10 motivos explicam porque a próxima safra de cana será maior que a atual
Mais área cultivada e ganho de produtividade estão entre as explicações, segundo a consultoria StoneX
Imagem: UNICA / Delcy Mac Cruz
O ciclo produtivo (safra, no jargão do setor) 2025/26 segue nos estados da região Centro-Sul. As previsões dão conta de que a moagem de cana-de-açúcar deverá ser encerrada entre fim de novembro e começo de dezembro.
Se forem cumpridas, as estimativas estarão dentro do histórico das safras no Centro-Sul, com encerramento das operações no máximo no começo de dezembro do ano vigente.
Vale apontar que, oficialmente, o ciclo começa em 1º de abril e termina em 31 de março do ano seguinte, embora entre janeiro e março - período chamado de entressafra - as unidades produtoras param para serviços de assistência técnica.
Ainda no caso da 25/26, as projeções sinalizam moagem de cana máxima de 600 milhões de toneladas no Centro-Sul, ou 10 milhões de toneladas abaixo do processado na safra anterior.
E como deve ser a safra 2026/27?
A primeira estimativa documentada para o próximo ciclo no Centro-Sul foi divulgada em 23 de setembro pela consultoria StoneX.
Segundo ela, a moagem no próximo ciclo é projetada em 620,5 milhões de toneladas, 3,6% maior em relação ao ciclo 25/26.
O blog Fenasucro lista a seguir 10 motivos da consultoria que explicam porquê o ciclo 26/27 deverá ser maior no Centro-Sul.
Leia:
1 - Cana nova: um dos fatores pela recuperação da safra é o rejuvenescimento do canavial em 2026/27 após o aumento das renovações em 2024/25 e em 2025/26. Em tempo: renovação é o plantio de cana nova, que pode levar até um ano e oito meses até ficar madura para ser processada.
2 - Chuvas: existe expectativa de chuvas mais próximas da normalidade entre outubro e março, justamente no período em que a cana está na fase final de crescimento e necessita de água.
3 - Área: o Centro-Sul deve registrar expansão da área colhida, que deve atingir 8 milhões de hectares, 1,8% acima do ciclo atual.
4 - Motivo: parte desse crescimento vem da recomposição de áreas afetadas pelas queimadas no período de julho a setembro de 2024, quando 420 mil hectares de áreas estavam sujeitas a incêndios, tanto em ponto de colheita quanto em áreas já colhidas.
5 - Produtividade: deve ter leve avanço, alcançando 77,5 toneladas por hectare, apesar da persistência de déficits hídricos em regiões como Triângulo Mineiro, Sul de Goiás e Noroeste Paulista, que ainda registram níveis de umidade do solo próximos às mínimas em 10 anos desde 2024.
6 - Produção de açúcar: é estimada em 42,1 milhões de toneladas, aumento de 5,7% e o segundo maior volume da série histórica, segundo a StoneX.
7 - Porquê da alta: o crescimento será impulsionado pela maior moagem e pela normalização do Açúcar Total Recuperável (ATR), previsto em 138,8 kg/ton, alta de 2,4% em relação ao ciclo atual.
8 - Vendas para fora: a expectativa é de exportações próximas ao recorde de 2024, com excedente em torno de 34 milhões de toneladas.
9 - Produção de etanol: também terá destaque com uma estimativa de produção total ampliada pelo avanço do milho, cuja oferta pode alcançar 11,4 bilhões de litros, crescimento de 17,5% frente ao ciclo 2025/26, respondendo por quase um terço do volume da região. Já o hidratado de cana deve atingir 14,6 bilhões de litros, aumento de 8,2%.
10 - Milho: diante da crescente oferta de etanol feito do cereal, o biocombustível de cana tende a perder espaço relativo. A mudança, porém, deve se intensificar a partir de 2026/27, quando novos projetos entrarão em operação. A expectativa é de um mix açucareiro em torno de 51% para o ciclo 2025/26.