5 destaques sobre o crescente mercado voluntário de carbono
Por Delcy Mac Cruz
Negociações chegam a US$ 100 milhões com projetos coordenados pela Aliança Brasil
Crédito da imagem: RawPixel-Freepik
O mercado voluntário de carbono é caminho sem volta, seja no Brasil ou em outros países.
No caso brasileiro esse mercado é pra lá de promissor, já que o meio ambiente é vasto em possibilidades de redução ou remoção de gases de efeito estufa (os GEEs).
Que o diga a instituição Aliança Brasil NBS (de Nature-based Solutions).
Quem é a Aliança Brasil NBS?
Fundada em 2021, tem a finalidade de promover e estimular uma agenda de combate ao desmatamento e a degradação ambiental por meio do fortalecimento das soluções baseadas na natureza e do mercado de créditos de carbono no Brasil.
Quem integra a instituição?
27 organizações
Que trabalho ela já realizou?
Em relatório (clique aqui para acessar em PDF), a Aliança Brasil NBS destaca 50 projetos no país, dos quais 16 verificados, 5 validados e 29 em desenvolvimento.
Confira a seguir 5 exemplos desse trabalho:
1 - Remoção de GEEs
Dos 16 projetos verificados, eles removeram ou reduziram a emissão de 31.829.150 toneladas de CO2 equivalente (CO2e) da atmosfera.
Já o potencial de remoção/ redução dos 21 projetos validados e verificados é de 160.315.355 toneladas de CO2e, totalizando 192.144.505 toneladas de CO2 no período total dos projetos.
Período total: 30 anos.
2 - Como é a precificação?
Cada tonelada de CO2e corresponde a um crédito de carbono, também conhecido como VCU (Verified Carbon Unit).
Melhor dizendo: cada tonelada gera um crédito, negociado livremente entre a desenvolvedora do projeto e interessados, geralmente empresas que buscam mitigar suas pegadas de carbono.
3 - Quanto esse mercado já gerou no Brasil?
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Janaína Dalan, presidente da Aliança Brasil, estima que os projetos já tenham movimentado US$ 100 milhões em negócios.
Segundo ela, esse montante leva em conta a média de US$ 6 de preço médio. Atesta que o valor não é preciso porque muitas das negociações se dão em caráter particular.
4 - Qual a previsão desse mercado no Brasil?
O Brasil tem potencial de representar 15% das oportunidades globais de captura de carbono por meio de soluções baseadas na natureza (NBS), destaca o relatório a partir de citação de estudo da McKinsey.
5 - Quanto deve movimentar esse mercado?
Em termos globais, emenda o relatório, o mercado de créditos deve saltar de atuais US$ 1 bilhão para US$ 50 bilhões em 2030.
Se o Brasil confirmar mesmo 15% dessa projeção, US$ 7,5 bilhões ficarão em projetos desenvolvidos no território nacional.
Índia e Portugal entram no mercado
A Índia e Portugal estão entre os mais novos integrantes do mercado voluntário de carbono.
No fim de janeiro, o governo indiano lançou o Mercado Voluntário de Carbono (VCM) no setor agrícola.
O foco é estimular os pequenos e médios agricultores e permitir que eles aproveitem os benefícios do crédito de carbono.
Leia aqui o comunicado do governo da Índia.
Verificador e validação
Já Portugal criou o seu Mercado Voluntário de Carbono bem no começo de janeiro de 2024.
Em linhas gerais, os projetos de carbono estarão sujeitos a um processo de validação inicial e a um processo periódico de verificação, a cargo de verificador independente.
Clique aqui para acessar o decreto que cria esse Mercado.