Como o etanol ajuda a indústria química a reduzir a intensidade de carbono
Como o etanol ajuda a indústria química a reduzir a intensidade de carbono
Biocombustível é matéria-prima de conteúdo renovável substituto de produto 100% mineral
Foto: Kleber Augusto Camanho Pinto -Agencia Petrobras / Delcy Mac Cruz
O etanol produzido da cana-de-açúcar amplia o leque como fonte de produtos renováveis.
Desta vez, se tornou matéria-prima para a fabricação de conteúdo renovável direcionado para a indústria química.
Em resumo, o biocombustível é empregado para produzir uma corrente de Hidrocarbonetos Leves de Refinaria (HLR). Ela é rica em eteno e tem conteúdo renovável.
Foco na descarbonização
Essas correntes de HLR também são chamadas de gases de refinaria. Em outras palavras, são misturas de gases provenientes de alguns processos da refinaria.
Está aí o X da questão.
Assim como os demais setores industriais, o de refinarias também corre atrás da redução da intensidade de carbono.
Vai daí que os HLR com etanol são candidatos a substituir os habituais produtos usados pelas refinarias e que são produzidos 100% a partir de minerais.
Detalhe: esses emitem mais carbono na comparação com o produto renovável feito pelo biocombustível.
Por que eles importam: os HLR ricos em eteno, com conteúdo renovável, são frutos de projeto executado pela Petrobras em parceria com a Braskem.
Entre julho de 2023 e o mesmo mês deste ano, houve o desenvolvimento da potencial matéria-prima renovável para a indústria química.
O melhor de tudo é que os HLR são considerados sucesso após uma sequência de testes em escala industrial, segundo destaca a Agência Petrobras de Notícias.
Qual o saldo: os resultados positivos foram obtidos na Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá (SP). No escopo do acordo, firmado entre as duas empresas, o objetivo é identificar soluções tecnológicas para ampliar a sustentabilidade de seus portfólios, com foco nas áreas de economia circular e matérias-primas renováveis.
Mais explicação: com a tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), foi demonstrada a viabilidade técnica do coprocessamento do etanol em escala industrial na Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido de Resíduo (URFCC), sem alteração nos demais produtos da refinaria.
Depois do teste: o produto do teste foi enviado à Braskem e o hidrocarboneto com conteúdo renovável foi processado com sucesso na unidade industrial de Santo André (SP). Tais iniciativas estão de acordo com as cláusulas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Como é a produção: a matéria-prima usada nos testes foi o etanol, obtido a partir de cana-de-açúcar, coprocessado na Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido de Resíduo (URFCC) da Recap, gerando HLR com conteúdo renovável, que irá contribuir para a redução da intensidade de carbono, em comparação ao produto de origem 100% mineral.
O que vem agora: a produção bem-sucedida de HLR com conteúdo renovável abre novas oportunidades de negócios e fortalece a posição da Petrobras na busca por soluções sustentáveis.
“A companhia está preparando suas refinarias para atender à crescente demanda por combustíveis e produtos químicos de baixo carbono, alinhando-se às expectativas do mercado e contribuindo para um futuro mais verde”, relata a Agência de Notícias da companhia.