Como o setor de bioenergia diminuirá a área de cana sem reduzir a produção de etanol e açúcar

Como o setor de bioenergia diminuirá a área de cana sem reduzir a produção de etanol e açúcar

Área hoje ocupada com canaviais representa 1% do total de hectares do território nacional  

Imagem: Canaoeste/Arquivo / Delcy Mac Cruz

 

A safra brasileira de cana-de-açúcar 2025/26 deverá ocupar 8,79 milhões de hectares do território nacional, destaca a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura e Pecuária. 

Esses 8,79 milhões de hectares são destinados para as unidades produtoras da região Centro-Sul, cuja safra começou oficialmente em 1º de abril e, para as das regiões Norte e Nordeste, com início previsto em agosto. 

Para se ter ideia, o montante de hectares com canaviais representa 1% dos 851,5 milhões de hectares do território brasileiro.

E a área canavieira tende a ficar ainda menor. 

 

Como assim?

É que o setor bioenergético avança em utilizar variedades de cana-de-açúcar mais produtivas. 

E, desta forma, será possível produzir mais etanol, açúcar e bioeletricidade em uma área menor. 

Vale mencionar que o emprego de variedades mais produtivas significa, também, mais investimentos. Por isso mesmo, os aportes são empregados primeiro pelas grandes companhias do setor. 

Mas é apenas questão de tempo para que todo o setor de bioenergia invista nessas variedades - e reduza, assim, a área cultivada com cana. 

 

Que ganhos oferecem as variedades?

Estudo realizado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), divulgado no começo de 2025, atesta que a adoção de novas variedades pode aumentar o rendimento agrícola em pelo menos 20% e gerar ganhos de até 2 toneladas de açúcar por hectare. 

 

O que significam esses ganhos?

No caso do rendimento agrícola, o setor usa o indicador ATR, que é a capacidade de a cana ser convertida em açúcar ou etanol. 

Segundo levantamento com dados até 1º de maio, a UNICA, entidade do setor, divulga que cada tonelada de cana na região Centro-Sul gera 106 quilos de ATR. 

Diante disso, se novas variedades podem ampliar o rendimento em 20%, cada tonelada pode ofertar 126 quilos de ATR. 

Já no caso de ganho de açúcar por hectare, hoje, conforme a UNICA, cada tonelada de cana gera 46 quilos de açúcar. Com as novas variedades, serão 2 quilos extras.

Em tempo: o estudo do CTC reúne dados de mais de 175 usinas, representando 80% da moagem de cana da região Centro-Sul (leia mais a respeito aqui). 

 

Quem oferece as variedades de cana

O CTC está entre as empresas que disponibilizam variedades de cana. Clique aqui para acessar o portfólio da empresa. 

 

Entre os demais fornecedores de variedades estão:

 

  • Instituto Agronômico (IAC), do governo do Estado de São Paulo (saiba mais aqui). 

 

  • Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), fornecedora das variedades RB (leia aqui).