Limpo e renovável, biometano tem outro diferencial: ganho em manutenção de peças 

Limpo e renovável, biometano tem outro diferencial: ganho em manutenção de peças 

Resultado é registrado em motores originalmente movidos a diesel e que hoje rodam com o biocombustível 

Foto: Cocal   /   Delcy Mac Cruz

O biometano possui credenciais positivas de sobra. Renovável, com baixa emissão de gases de efeito estufa, ele também desponta como substituto limpo do não-renovável óleo diesel.

Em linha com tudo isso, sua produção deve sair de atuais 1,6 milhão de metros cúbicos para até 7 milhões de metros cúbicos em 2029, projetou Patrícia Bassili, conselheira da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás) durante a 30ª Fenasucro (leia mais aqui).

 

Mas a lista de boas notícias que cercam o biometano não param por aí.

 

Simplificação em peças: Empresas que já empregam biometano em motores originalmente movidos a óleo diesel têm registrado outro ganho: a simplificação em manutenção e reposição de peças.

Melhor dizendo: os motores a biometano usam 85% dos componentes idênticos aos utilizados nos motores a diesel.

Mas garante desempenho e eficiência ao derivado de petróleo porque há similaridade no consumo, torque e potência.

 

 

De diesel ao biometano: Uma das clientes do biometano em sua frota é a sucroenergética Cocal, produtora do renovável e que desde 2022 também o emprega em equipamentos.

No caso, a MWM, subsidiária da Tupy, realizou a transformação de caminhões e motobombas movidos a diesel para biometano.

Em resumo, consiste na substituição dos motores a diesel por novos motores 100% a gás e sistema completo de alta pressão.

Com a parceria, a Cocal passou a ter 20 equipamentos com motores MWM 100% gás com potências entre 220 e 330 cavalos (cv). (saiba mais a respeito aqui)

 

 

Larga escala: “Nosso principal desafio na utilização de equipamentos a biometano no campo está na autonomia e logística de abastecimento e, por isso, estamos ao lado da MWM para buscar soluções que viabilizem cada vez mais a operação em larga escala”, relata o diretor agrícola da Cocal, Jurandir de Oliveira.

Na última safra, encerrada em março, a Cocal atingiu o consumo total de 685 mil metros cúbicos de biometano na própria frota – o equivalente a 1.900 toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidas na atmosfera.

 

 

Trator a biometano - Tem mais: desde 2022 o consumidor brasileiro já pode adquirir o trator movido a biometano da New Holland, o T6.180 Methane Power.

Segundo a empresa, a tecnologia de propulsão por biometano, movida pelo motor FPT NEF reprojetado de seis cilindros, produzindo 152 hp nominais como seu equivalente a diesel, oferece inúmeras vantagens ambientais.

Entre elas, destaca, está a redução de até 80% das emissões em comparação com um motor diesel padrão.

Ao usar o biometano, o impacto de carbono da máquina é virtualmente zero.

“Além disso, há uma redução de custos entre 25% e 40% que pode ser alcançada quando comparada com os combustíveis convencionais”, destaca o fabricante.

Além disso, finaliza, o trator possui o mesmo desempenho e autonomia de um trator a diesel de mesmo porte (saiba mais aqui).

 

 

E a oferta do renovável, será suficiente para os novos clientes?

Hoje, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o país conta com seis plantas produzindo biometano, das quais uma delas fica em Narandiba, é controlada pela sucroenergética Cocal e emprega resíduos da cana-de-açúcar como matéria-prima.

Entretanto, conforme a ANP, há outras 23 em fase de instalação no país, o que reforça no curto prazo a oferta do combustível renovável.

 

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Número de plantas produtoras salta de 6 para 23