Mais usinas brasileiras buscam e obtêm certificação para exportar etanol aos EUA

 

De uma só vez, as 11 unidades da BP Bunge receberam registro que confirma a qualidade ambiental do biocombustível  

Exportar etanol combustível para os Estados Unidos está no radar da maioria das 300 usinas brasileiras de cana e de milho. 

Os motivos para isso são vários, mas vamos focar nos dois principais: 

1 – entrar no disputado mercado americano gera uma projeção mundial positiva de qualidade; 

2 – uma vez entrando, a usina valoriza o passe porque, enfim, seu etanol é comprovadamente um agente descarbonizador – bem mais, por exemplo, do que o etanol de milho feito nos próprios EUA.  

E ainda existe a vantagem financeira. Pelo potencial de descarbonização, o etanol brasileiro recebe um prêmio e, assim, ganha mais valorização. Esse benefício é maior para o celulósico, ou de segunda geração, que é ainda mais limpo.  

Mas se é tão bom assim, por que as usinas não fazem fila rumo ao país de Joe Biden, onde, em média a mistura é de 15% do biocombustível à gasolina?  

Porque não é tão simples assim.  

Entrar no disputado mercado americano exige obter certificação junto à Agência de Proteção Ambiental (EPA – Environmental Protection Agency).  

Já se a intenção é comercializar no estado da Califórnia, aí é preciso seguir os requisitos dos California Air Resources Board (CARB)

Tanto em um como em outro caso, não se trata de tarefa fácil nem mesmo para o limpo etanol brasileiro.  

Quem está lá

No entanto, apesar de ser uma tarefa difícil, as usinas brasileiras estão chegando lá. Na verdade, há mais de uma década unidades sucroenergéticas obtiveram certificação junto a EPA.  

Ainda em 2010, a UNICA, entidade representativa do setor, divulgava que oitos usinas estavam devidamente certificadas (leia aqui).  

Conforme a entidade, na oportunidade “cumpriram as exigências da EPA e estavam habilitadas para qualificar seu etanol como “biocombustível avançado” nos EUA: a Cevasa, Della Coletta Bioenergia, Açúcar Guarani – Severínia, Biosev e quatro usinas ligadas a Copersucar. 

Em 2013, a Usina Diana também chegou lá (leia aqui). Assim como ela, a Delta Sucroenergia também está certificada pela EPA (ler aqui).  

E não para por aí.  

11 de uma só vez

No fim de janeiro último, foi a vez da BP Bunge Bioenergia receber sinal verde da EPA.  

Detalhe: todas as 11 unidades produtoras da companhia receberam o registro da agência americana. Com isso, as unidades têm sinal verde para exportar etanol para o mercado dos EUA.  

 
Tem aí um detalhe: o registro sempre teve viés ambiental, mas, diante da corrida mundial pela descarbonização, o aval ganha mais importância.  

Afinal, como destaca a BP Bunge, o registro “atesta como estamos contribuindo para a diminuição da poluição atmosférica e o aquecimento global por meio da redução de GEE (Gases de Efeito Estufa).” 

Presente nos estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso do Sul, com atuação em 54 municípios, a BP Bunge tem capacidade de produzir 1,7 bilhão de litros/ano de etanol por safra.  

Por sua vez, sendo fonte limpa e renovável, o uso do etanol proporciona uma redução de até 90% da emissão de GEEs comparado à gasolina, quando avaliado o ciclo de vida completo do combustível. 

Por fim, a certificação, relata a empresa, “está em linha com nossa agenda de compromissos para 2030, que traz metas voltadas às mudanças climáticas com foco na redução de emissões”.