Na FenaBio, Anfavea afirma que com 100% de etanol na frota flex Brasil lideraria descarbonização global

Na FenaBio, Anfavea afirma que com 100% de etanol na frota flex Brasil lideraria descarbonização global

Por Phábrica de Ideias

Painel encerrou primeiro dia de programação de conteúdo do novo espaço da Fenasucro & Agrocana

O futuro da mobilidade de baixo carbono esteve no centro das discussões do painel “Bioenergias e o futuro da mobilidade sustentável”, realizado nesta quarta-feira (13) na FenaBio, durante a 31ª edição da Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho (SP).

O encontro contou com a participação de Renato Romio, chefe da divisão de motores e veículos, Instituto Mauá de Tecnologia; e de Henry Joseph Junior, diretor técnico da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que apresentou um estudo sobre os caminhos para a descarbonização do setor de transporte no Brasil até 2040.

De acordo com Henry, o desafio é grande. Mesmo com eletrificação gradual e aumento no uso de biodiesel e etanol, o cenário de transição mais provável ainda projeta crescimento de cerca de 6% nas emissões de CO2, impulsionado pelo salto da frota de 45 para 71 milhões de veículos.

“O trabalho mostra claramente que não é só com tecnologia veicular que se consegue reduzir as emissões. Nós precisamos do uso do biocombustível e é com ele que conseguimos os resultados mais expressivos”, destacou.

O executivo lembrou que 85% da frota brasileira já é flex, o que representa uma oportunidade imediata. “Se aumentar o uso de etanol nessa frota, não precisamos nem colocar um carro elétrico a mais nas ruas. Se ela passasse a usar 100% de etanol a partir de agora, provavelmente teríamos a maior descarbonização do setor de transporte do mundo”, afirmou.

Henry também alertou para os limites de uma eletrificação baseada apenas em baterias, citando impactos ambientais e de infraestrutura. Ele defendeu que a indústria e a cadeia de biocombustíveis trabalhem juntas.

“O aumento da participação de biocombustíveis na matriz energética brasileira será necessário e muito bem-vindo”, concluiu o executivo.