Países querem ampliar mistura de etanol à gasolina

 

O exterior amplia o interesse pelo exemplo brasileiro de aderir a mistura de etanol à gasolina. No começo do mês, o governo do Reino Unido fez um anúncio. Nele especificava que em setembro próximo haverá um aumento de 5% para 10% a adição de biocombustível ao derivado de petróleo. Já os Estados Unidos, que hoje injetam 10% de etanol na gasolina, avaliam subir a adição para 15%

Ademais, a Índia, que já promove a mistura, estuda ampliá-la para 20% a partir de 2025. 

Não fica por aí. O portal Energia Que Fala Com Você já destacou conteúdo sobre projeto do governo da China de também aderir à mistura (leia aqui). 

No entanto, a proposta foi engavetada em 2020. Mesmo assim, ela pode voltar à tona de hora para outra e, com isso, criará um gigantesco mercado para o etanol. Se for mantida a proposta inicial de misturar 10% na frota nova em 2030, serão necessários 10 bilhões de litros do biocombustível por ano. 

Assim como a China; a Índia; os Estados Unidos e o Reino Unido, formado por Inglaterra; Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, focam suas atenções para o etanol por conta dos ganhos ambientais e de saúde promovidos pelo biocombustível. 

Em resumo, o etanol reduz as emissões de gases formadores do efeito-estufa. Além disso, melhora a qualidade do ar e a consequente melhoria na respiração da população. Até mesmo porque, isto é como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS) nestes tempos de pandemia, que afeta o sistema respiratório. 

 

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Os ganhos ambientais e de saúde são a mola propulsora do etanol no exterior. 

Para se ter ideia, a gasolina E10, com 10% de etanol, que entrará em circulação em setembro no Reino Unido, poderá reduzir  as emissões de gás carbônico (CO2) em veículos em 750 mil toneladas por ano. Equivale a 350 mil carros a menos nas estradas. 

Mas há também ganhos econômicos em ampliar a mistura de etanol à gasolina. A medida garantirá a reativação de usinas produtoras e, assim, aumentará a oferta de empregos. Pelo menos 100 vagas são aguardadas. 

O etanol é feito a partir de resíduos agrícolas não comestíveis, como no caso de Reino Unido, que a matéria é feita de palha de trigo, açúcares e resíduos de madeira.

 

Setor sucroenergético brasileiro ganha oportunidade devido a mistura de etanol à gasolina

Ainda em termos econômicos, caso o Reino Unido precise adquirir etanol para dar conta da demanda de seus países, como fará a importação? 

Há países europeus produtores, assim como Índia e África também fabricam o biocombustível. Mas existe uma dúvida recorrente: a oferta disponível de volume. 

Mas como tem tradição e investe em inovação produtiva, o setor sucroenergético brasileiro tem grandes oportunidades. Uma delas é de entrar não apenas no Reino Unido como em outros mercados. 

No caso, a ‘entrada’ brasileira não precisa necessariamente ser por meio da exportação de etanol. Mas pela implantação de unidades produtoras próximas aos mercados compradores. 

Segue um exemplo nesta linha:

Nos primeiros meses de 2019 o executivo Pedro Mizutani, hoje presidente do Conselho de Administração do CTC; e na época diretor da Raízen, cumpriu agenda de compromissos no Japão com agenda bem definida: incentivar a introdução do etanol combustível naquele país. 

A missão de Mizutani foi de incentivar a criação de plantas locais de biocombustível. Isto, uma vez que o Japão pretende acabar com os veículos a gasolina a partir de 2050. Inserir motores híbridos movidos a eletricidade a células de hidrogênio é uma alternativa. Se produzidas a partir do etanol também é uma opção (leia mais aqui).  

O setor sucroenergético do Brasil é destaque. Assim como no Japão, China ou outros países focados em inserir ou ampliar a adição de etanol à gasolina. Isso porque tem tecnologia de sobra e os seus fornecedores. Sejam eles agrícolas ou da indústria.

Estes, que possuem capacidade para implantar usinas greenfield nas quais a produção começa em período mínimo de dois anos.

 

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