Por que o Brasil precisa avançar - e rápido - na produção de SAF

Por que o Brasil precisa avançar - e rápido - na produção de SAF

Adição do combustível sustentável na querosene começa em 2027

Imagem: MME  /  Delcy Mac Cruz 

O Brasil precisa avançar - e rápido - na produção de combustível sustentável de aviação, o SAF.

Atualmente, o país não fabrica o renovável, embora há companhias bioenergéticas certificadas para exportarem etanol como matéria-prima.

Mas será preciso ‘correr’ na produção local.

 

Lei do Combustível do Futuro - É que a Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 08 de outubro de 2024, é a porta de entrada do SAF na matriz energética brasileira. E isso se dará

por conta da adição gradativa do sustentável na querosene de aviação (QAV).

 

Como se dará a mistura - O cronograma da legislação destaca o percentual anual mínimo de redução das emissões de GEE. Assim, a adição de SAF à querosene de aviação será de 1% a partir de 2027.

 

Avanço - A mistura terá crescimento de 1% ao ano a partir de 2029, chegando a 10% em 2037 (leia aqui mais a respeito).

 

Brasil terá SAF?

A Acelen Renováveis, por meio do CEO da companhia, Luiz de Mendonça, destacou o anúncio do investimento de US$ 3 bilhões na produção de SAF e HVO (óleo vegetal hidrotratado) a partir da macaúba, com início das operações no primeiro trimestre de 2028.

O executivo fez o anúncio durante a FenaBio, espaço de conferências da 31ª edição da Fenasucro & Agrocana, realizada em agosto em Sertãozinho (SP).

 

Quanto de SAF será preciso produzir?

Para atender as metas de descarbonização previstas no marco legal do Combustível do Futuro, o Brasil terá que produzir 1,1 bilhão de litros de combustíveis sustentáveis (SAF) até 2037.

Esse é o volume de consumo de SAF necessário para atingir a meta de 10% de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) somente nos voos domésticos nacionais.

Os cálculos de produção do biocombustível constam da nota técnica “Panorama dos Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF)”, produzida pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e que foi lançada naFenabio.

Para Felipe da Cunha Siqueira, especialista da Firjan, o Rio de Janeiro tem papel estratégico na consolidação do SAF no Brasil.

“Com políticas públicas adequadas e investimentos, podemos nos tornar referência global”, disse, lembrando que o Aeroporto do Galeão já recebeu o SAF importado para testes.

 

 

“Descarbonização”

Durante a FenaBio, Tarcísio Soares, International & Strategy Manager da Airbus, destacou que a certificação que permitirá o uso pleno do SAF está em andamento.

“Hoje, as aeronaves só podem voar com 50% de SAF. Mas, a boa notícia é que não será necessário modificar os aviões. Com os testes, vamos garantir segurança e viabilizar a descarbonização na aviação”, afirmou.