5 destaques positivos da safra de cana na região Centro-Sul 

Um deles é o investimento (já iniciado) em novas plantas de biometano 

Crédito da imagem: Unica

Foi dada a largada para a safra de cana-de-açúcar 2024/25 nos estados da região Centro-Sul do país.

Com isso, as 274 usinas dos nove estados da região estão liberadas para processar cana na temporada que oficialmente começou no último dia 1º de abril e segue até 31 de março de 2025. 

 

Quantas usinas têm cada estado do Centro-Sul?

Confira abaixo:

Plantas de etanol de cana autorizadas pela ANP

Estado                              Quantas                      

Espírito Santo                         3

Goiás                                     42

Minas Gerais                        33

Mato Grosso do Sul            17

Mato Grosso                        10

Paraná                                  23

Rio de Janeiro                         3

São Paulo                            142

Tocantins                                 1

Total                                     274

 

Elas são 84% de todas as usinas do país

O que essas usinas irão produzir ao longo dos próximos meses está no radar global. Afinal de contas, essas 274 usinas representam 84% das 329 autorizadas a produzir etanol pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) (saiba mais aqui).

Tem aí um detalhe: o Centro-Sul responde por 85% de toda a cana processada no país, enquanto os estados das regiões Norte e Nordeste respondem pelos demais 15%. 

 

Como foi a participação (em %) dos estados do centro-Sul na safra 2022/23, segundo a Conab: 

 

Quais as previsões para a safra recém-iniciada?

Em primeiro lugar, no ciclo 2023/24 a moagem de cana estava 19% acima da anterior, segundo levantamento mais recente da Unica, entidade do setor (leia aqui). 

Em números: o acumulado até 16 de março estava em 649 milhões de toneladas, ante 544 milhões de toneladas em igual período da safra anterior.

Em segundo lugar, para o ciclo recém-iniciado a oferta de matéria-prima deverá ser menor que na 23/24.

Nas projeções da consultoria Datagro, apresentadas no começo de março, a oferta de cana no Centro-Sul deverá recuar em 9% ante a safra anterior, com 592 milhões de toneladas.

 

Quais os motivos dessa queda? 

Em resumo, os responsáveis pela oferta menor de cana são a redução já prevista de chuvas nos meses de março e abril, quando os canaviais, quase prontos para o corte, ficariam mais robustos se recebessem mais água. 

 

6 destaques positivos 

Em sintonia com tudo isso, o blog Fenasucro apresenta a seguir 6 destaques positivos sobre a safra em curso no Centro-Sul: 

Em sintonia com tudo isso, o blog Fenasucro apresenta a seguir 6 destaques positivos sobre a safra em curso no Centro-Sul: 

 

1 - Produção de açúcar e de etanol

Mesmo com a queda esperada de 9,8% na oferta de cana, a consultoria Datagro prevê que pouco impacto em termos de oferta. 

No caso do açúcar, o Centro-Sul deverá chegar a 40,45 milhões de toneladas, baixa de 4,8% ante a temporada  anterior.

Já a produção de etanol é estimada em 30,4 bilhões de litros, em recuo de 9,3% sobre a safra 23/24 (leia mais aqui).

Contudo, essas quedas tendem a ser amortecidas porque os estoques iniciais (antes do início da safra) estavam acima de igual período de 2023. Ou seja, o país tinha armazenados para consumo 1,2 milhão de toneladas de açúcar e 1,5 bilhão de litros de etanol. 

 

2 - Produtividade deve seguir alta

No tocante a quantidade de açúcar por tonelada de cana, que ajuda a explicar a produtividade, ela deve seguir alta.

No acumulado até 16 de março, segundo a Unica, as usinas do Centro-Sul chegaram a 65,05 toneladas por hectare, 6,5% acima do desempenho do ciclo anterior.

Entre os fornecedores de cana, que respondem por 30% de toda a matéria-prima processada no Centro-Sul, a expectativa é semelhante.

“A projeção sugere que a produtividade se mantenha próxima ao patamar alcançado na safra 23/24, indicando uma continuidade do desempenho elevado”, destaca a Canaoeste, cooperativa fornecedora de cana na região de Ribeirão Preto. 

 

3 - Safra de investimentos

A safra 2024/25 também se destaca no agronegócio brasileiro pelos investimentos em novos produtos do setor sucroenergético.

Esses aportes, listados a seguir, atestam que o setor segue consolidado em avançar em produtos demandados globalmente, mas que turbinam os negócios - e a economia - do Centro-Sul e do país como um todo. 

 

4 - Mais fábricas de açúcar

Novas fábricas de açúcar devem entrar em operação já na safra 24/25, com canaviais cultivados justamente para esses empreendimentos.

Um exemplo é o do Grupo Pedra Agroindustrial, que implanta a Usina Cedro, em Paranaíba (MS), com previsão de moer 1,2 milhão de toneladas de cana e chegar a 5 milhões de toneladas de açúcar.

Já a Usina Coruripe inaugurou em março na unidade localizada em Limeira do Oeste (MG) nova fábrica de açúcar, aumentando, assim, a capacidade de moagem no local de 1,5 milhão de toneladas para 2,5 milhões de toneladas de cana. 

 

5 - Nova planta de etanol de segunda geração 

Em março, a Raízen comunicou ao mercado ter sido autorizada pela ANP a iniciar a produção de etanol de segunda geração (E2G) em sua planta de etanol em Guariba (SP).

Com ela, a joint-venture entre Shell e Cosan passa a produzir o estratégico etanol de segunda geração em duas plantas (a primeira fica em Piracicaba, também no interior paulista). 

 

6 - Novas plantas de biometano

Mais uma vigorosa notícia de investimento que integra a safra 2024/25 são novas plantas de biometano, o gás renovável da cana que substitui o gás natural.

De seu lado, a Raízen empreende plantas do gás renovável nas unidades de Barra Bonita e Valparaíso, municípios do interior paulista.

A companhia também anunciou nova planta de gás renovável em Caarapó, no Mato Grosso do Sul.

Por sua vez, a Cocal, que já produz biometano em Narandiba (SP), implanta a segunda planta do renovável em Paraguaçu Paulista, também no interior paulista.