Por que as usinas das regiões Norte e Nordeste poderão produzir mais na próxima safra
Por que as usinas das regiões Norte e Nordeste poderão produzir mais na próxima safra
Chuvas nos períodos de crescimento da cana-de-açúcar ajudam a explicar o otimismo
Delcy Mac Cruz / Imagem: Daniel Nassif
Depois de encerrarem a safra 2024/25 com moagem de 57 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, as usinas das regiões Norte e Nordeste se preparam para novo salto produtivo.
É que as previsões dão conta de que no ciclo 2025/26, que começa em agosto, a oferta da matéria-prima de etanol e de açúcar nas regiões deverá chegar a até 59 milhões de toneladas.
Chuvas no período certo
O que explica o otimismo para a safra 25/26?
Chuvas. E chuvas no período certo, ou seja, de crescimento da cana-de-açúcar.
Renato Cunha, presidente-executivo da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio) e do Sindaçúcar-PE, atesta: se as chuvas persistirem até o começo de agosto, a próxima colheita será farta.
A torcida pela safra positiva no Norte e Nordeste também é partilhada pelo setor de bioenergia dos estados da região Centro-Sul, responsáveis por mais de 80% da produção nacional de açúcar e etanol.
É que no Centro-Sul a questão é a baixa incidência pluviométrica. E isso tem gerado canaviais com menor produtividade.
Além disso, as previsões de especialistas dão conta de que dificilmente as usinas do Centro-Sul terão mais de 600 milhões de toneladas de cana na safra em andamento.
Sendo assim, a ajuda do setor do Norte e do Nordeste é mais bem-vinda.
Safra de seca no Nordeste
Aliás, as chuvas da safra em vésperas de iniciar em regiões do Nordeste contrastam com a seca registrada no ciclo anterior no Norte e Nordeste.
Segundo Cunha, o ciclo agrícola 2024-2025 foi marcado pela ausência de chuvas regulares, o que reduziu a projeção total de moagem canavieira de 63 para 61 milhões de toneladas.
“O clima predominantemente seco, porém, proporcionou uma concentração maior de Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada de cana, permitindo obter níveis adequados de sacarose para produzir mais açúcar e etanol hidratado em comparação à safra passada”, observa o executivo.
Pelas suas contas, não será na safra 2025/26 que as usinas das regiões chegarão a 63 milhões de toneladas, como previsto inicialmente para o ciclo anterior.
Mas as 59 milhões de toneladas já projetadas irão ajudar, em muito, ao setor de bioenergia brasileiro a cumprir sua oferta de açúcar e de etanol - nesse caso, com a contribuição do biocombustível de milho, que pode chegar a 10 bilhões de litros neste ano.
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