É hora de renovar a frota de máquinas, apontam os produtores rurais
É hora de renovar a frota de máquinas, apontam os produtores rurais
Idade média do maquinário é de 15 anos, revela estudo da consultoria [BIM]³
Imagem: UNICA / Delcy Mac Cruz
Os produtores rurais do Brasil, entre eles os do setor de bioenergia, querem renovar a frota de máquinas.
Hoje, essa frota chega a 1,650 milhão de unidades, das quais 1,350 milhão de tratores, 217 mil colheitadeiras e 82,5 mil pulverizadores, relata o levantamento Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas 2025, lançado em setembro pela consultoria Boschi Inteligência de Mercado [BIM]³.
Segundo o estudo, a idade média do parque é de 18 anos nos tratores, 10 nas colheitadeiras e 8 nos pulverizadores. Na média, mais de 50% da frota supera os 15 anos de uso.
Com isso, seguem em uso máquinas com tecnologias defasadas.
E é por isso que os produtores querem renovar a frota.
Mas há empecilhos que impedem a pronta renovação: as travas de crédito e financiamento, por exemplo, precisam ser removidas para transformar a demanda em negócio.
O financiamento segue como variável crítica para a mecanização agrícola no Brasil.
Os produtores recorrem majoritariamente aos bancos estatais, mas a burocracia permanece como obstáculo recorrente, atrasando processos e retardando a renovação da frota.
Esse contexto, somado ao custo elevado dos equipamentos, reforça a presença da locação e abre espaço para soluções financeiras mais ágeis e inovadoras.
“O crédito precisa acompanhar o novo ciclo de modernização do campo. Sem mecanismos mais rápidos e acessíveis, a demanda reprimida não se converte em investimento, e o país posterga ganhos de produtividade e competitividade”, analisa, em nota, Gregori Boschi, sócio diretor da [BIM]³.
Decisão de compra
A concentração segue em alta na hora de decidir pela compra de máquinas agrícolas. Mas, segundo o Panorama 2025, há mudanças nesse processo.
Sob a ótica gerencial, a Geração X responde por 39% das escolhas, seguida pela Geração Y (24%), pelos Baby Boomers (12%) e pela Geração Z (15%), reforçando a chegada de novas lideranças ao centro das decisões.
Ao revelar quem está no comando das escolhas, o estudo ajuda marcas e fornecedores a repensarem suas estratégias de comunicação e a forma como se conectam com cada público.
Perfil de quem comanda
Já no recorte por perfil, mais de 70% das aquisições são realizadas diretamente pelos proprietários ou familiares próximos, evidenciando o peso estratégico desse investimento na gestão da propriedade.
Embora o perfil siga majoritariamente masculino, alguns segmentos apresentam maior protagonismo feminino, como o cultivo do café, por exemplo, onde 18% das decisões já são lideradas por mulheres.
Como o estudo foi feito
Segundo a empresa, a pesquisa envolveu mais de 700 entrevistas em todas as regiões do Brasil entre fevereiro e julho de 2025, com 80% do trabalho realizado presencialmente e o restante de forma remota.
O estudo apresenta margem de erro de 3,4 pontos percentuais e nível de confiança de 95%, garantindo consistência estatística.
A amostra foi cuidadosamente estratificada.
Grandes propriedades, acima de mil hectares, responderam por 64% das entrevistas, seguidas por áreas de 51 a 200 hectares (18%) e de 10 a 50 hectares (17%), abrangendo as cinco regiões do país.
Para assegurar representatividade ao conjunto da pesquisa, no recorte agrícola, o levantamento contemplou culturas que representam a diversidade produtiva do agronegócio nacional, como milho, soja, trigo, café, algodão, cana de açúcar e arroz.