Em alta, fusões e aquisições na cadeia de bioenergia reforçam o peso do setor 

Em alta, fusões e aquisições na cadeia de bioenergia reforçam o peso do setor 

Ao longo de 2024, foram realizadas 12 operações, a maioria nas áreas sucroenergética e de fertilizantes

Imagem: bp / Delcy Mac Cruz

 

As companhias produtoras e fornecedoras da cadeia de bioenergia, que são estratégicas ao Brasil pela qualidade produtiva sustentável, têm outro resultado que destaca seu peso. 

Esse destaque está no número de fusões e aquisições de empresas registrado no país ao longo de 2024. 

É que no ano passado 12 dessas operações integraram empresas das áreas sucroenergética e de fertilizantes, segundo relatório da KPMG, que considera 43 áreas da economia brasileira. 

Esse número supera em 140% o apurado em 2023, quando foram realizadas cinco transações. 

 

Como foram as transações: das 12 concretizadas entre janeiro a dezembro último, cinco foram ‘domésticas’, ou seja, feitas entre empresas brasileiras. 

Das demais, três foram realizadas por companhias estrangeiras adquirindo capital de companhia estabelecida no país; outras três se deram por brasileiros comprando de estrangeiros empresas fixadas no Brasil. 

Por fim, uma foi concretizada por estrangeiro adquirindo capital de empresa estabelecida no país mas então controlada por estrangeiros. 

 

Exemplos de fusões e aquisições

Entre as operações mais destacadas no setor de bioenergia estão a anunciada em junho pela britânica bp

Na ocasião, a companhia anunciou a compra da fatia de 50% da americana Bunge na joint-venture que possuíam na BP Bunge Bioenergia no Brasil (leia mais a respeito aqui).

 

Fertilizantes em planta na Enersugar 

Em agosto, a Agrion acertou captação de até US$ 50 milhões com o Fundo Global para Recifes de Corais, que tem como principal cotista o Green Climate Fund (GCF) e o fundo americano Pegasus entrou como minoritário. 

No mesmo mês de agosto, a Agrion, junto com a Usina Enersugar e a NovaAmérica anunciaram a implantação de fábrica de fertilizantes na unidade produtora de etanol e de açúcar da Enersugar localizada no interior paulista (leia mais aqui). 

 

Motivo dos negócios na cadeia de bioenergia: “as indústrias de fertilizantes e de bioenergia se destacaram mais uma vez entre as fusões e aquisições como esperado”, relata Giovana Araújo, sócia da KPMG em nota para a imprensa. 

“Ambos são intensivos em capital e a conjuntura de elevado custo de capital no país, aliada às perspectivas promissoras de crescimento para ambos os mercados, favorecem as transações.”

 

Como fica em 2025?

Tudo indica que o ano seguirá ativo em fusões e aquisições na cadeia de bioenergia. 

No começo de fevereiro, por exemplo, a americana Cargill divulgou acordo de compra de 50% de participação na sucroenergética SJC, que somados aos 50% que já pertenciam à Cargill, representam o controle total da empresa. 

Os 50% adquiridos pertenciam à Usina São João (USJ). 

“Ao celebrar 60 anos de operações no Brasil, a Cargill continua acreditando e investindo no País e na agricultura brasileira”, destaca nota da empresa. 

A SJC Bioenergia, que foi fundada em 2006 e, desde 2011, tem a Cargill como uma de suas sócias, conta com 4.500 funcionários e possui duas unidades agroindustriais nos municípios de Quirinópolis e Cachoeira Dourada, ambas em Goiás. 

A empresa processa cana de açúcar e milho, produzindo açúcar bruto, etanol hidratado e anidro, óleo de milho e grãos secos de destilaria (DDGs) com alto teor de proteína, além de gerar eletricidade.