Etanol de grãos chega ao Nordeste e fará a oferta local do biocombustível crescer em 60%

Etanol de grãos chega ao Nordeste e fará a oferta local do biocombustível crescer em 60%

Milho e sorgo se tornam matérias-primas para a produção de usinas na região

Depois do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, que formam o grande polo produtor de etanol de milho, estados da região Nordeste aderem ao biocombustível feito de cereais.

Para se ter idéia, novos projetos de usinas de etanol de milho deverão adicionar 1,3 bilhão de litros anuais à oferta na região, segundo projeção da SCA Brasil.

Esse volume representa 60% da atual produção do biocombustível feito de cana pelas usinas da região, que é de aproximadamente 2,3 bilhões de litros.

 

Onde ficam as usinas de etanol de milho: a companhia Inpasa inaugurou em agosto deste ano unidade em Balsas (MA), com capacidade de 920 milhões de litros por ano (leia mais aqui).

 

A mesma empresa empreende em Luís Fernando Magalhães (BA) biorrefinaria com produção de 450 milhões de litros anuais de etanol. As operações estão previstas para o primeiro semestre de 2026 (leia aqui).

 

Sorgo também é matéria-prima

 

Além do milho, o sorgo também é matéria-prima para a produção de etanol no Nordeste.

A usina da Cooperativa Pindorama tornou-se flex ao produzir etanol da cana e do sorgo.

No começo de outubro, a Cooperativa adquiriu de produtor rural 60 toneladas do grão cultivados em 11 hectares.

Além da fabricação de biocombustível, o grão também será empregado para produzir WDG, de grande índice protéico e essencial para a nutrição animal, principalmente gado leiteiro e de corte (leia mais aqui).

Expansão do consumo

Além de tornar o Nordeste grande produtor de etanol, a oferta maior tem potencial de estimular o consumo de hidratado (veículos flex) em estados com pouca tradição nesse mercado.

“A maior autossuficiência proporcionada pelo etanol de milho pode reduzir a dependência do Nordeste em relação ao Centro-Sul durante a entressafra da cana”, explica Martinho Ono, diretor da SCA Brasil, durante participação em evento com representantes do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool na Paraíba (Sindalcool), realizado em setembro.

No mais, finaliza, além de mais estabilidade no fornecimento, a região deverá ganhar competitividade com menores custos logísticos e a produção de subprodutos como os DDGS (grãos secos de destilaria), que assim como o WDG processado pelo sorgo, utilizados na nutrição animal.

Delcy Mac Cruz

Imagem: Daren na Unsplash