Por que o etanol de milho vai ajudar o Centro-Oeste a avançar ainda mais em crescimento de renda
Por Delcy Mac Cruz
Estados da região como Mato Grosso estão na frente no país em número de plantas produtivas geradoras de empregos regionais
As plantas produtoras de etanol de milho ajudam o Centro-Oeste a avançar no crescimento de renda.
É que os estados da região são grandes produtores do cereal, que é matéria-prima para a produção do biocombustível, e lideram em usinas ativas ou em implantação.
Mato Grosso, por exemplo, conta com 14 usinas em operação (caso da usina da companhia FS, cuja foto ilustra este texto).
Mas há também 8 plantas em ampliação e 7 em implantação, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) (clique aqui para acessar relatório atualizado da Agência).
Usina recruta 8,5 mil durante construção
Para se ter ideia da geração de empregos no setor, tome o exemplo da FS, produtora de etanol de milho cuja unidade em Lucas do Rio Verde (MT) criou, no período da construção, 8,5 mil empregos diretos e indiretos, segundo informações da empresa (leia mais aqui).
Expansão agrícola turbina renda na região
No caso, a indústria de etanol de milho e a flex (produz o biocombustível com o cereal e com cana-de-açúcar) integra a cadeia do agronegócio.
E a expansão agrícola é uma das responsáveis pelo crescimento da massa de renda total dos domicílios.
Mais: em termos nacionais esse crescimento deve ser mais acentuado nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, segundo o estudo “Classes de Renda e Consumo no Brasil: 2023-2033”, da Tendências Consultoria.
Investimentos e concessões também ajudam
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Lucas Assis, consultor da Tendências, cita como fatores positivos para a alta da renda nessas regiões “a expansão agrícola no Centro-Oeste, aumento de investimentos públicos e privados no Nordeste e as concessões e indústrias extrativas no Norte.”
Em tempo: o consultor destaca que a situação não impede a persistência da desigualdade regional, e que a recuperação econômica beneficia mais as classes A, B e C.
Confira como fica e deve ficar a massa de renda
(dados da Tendências no jornal Valor Econômico):
O estudo da Tendências atesta que o Centro-Oeste é a principal fronteira agrícola do país e que vai continuar crescendo na próxima década.
Mas alerta: é preciso reduzir os gargalos de escoamento dos estados da região para estimular ainda mais a produção regional.
Mais milho amplia consumo e valoriza preço
Já o peso da indústria de etanol de milho para a economia matogrossense pode ser resumido pelo fato de que a implantação das plantas produtoras do biocombustível de cereal trouxe garantia de consumo do cereal, bem como de preços aos produtores.
Exemplos: entre as safras 2018/19 e 2021/22 a produção de milho no estado cresceu mais de 35%, chegando a 43,84 milhões de toneladas. Do total, 7,5 milhões foram consumidas pelas plantas de etanol, relata reportagem do Canal Rural.
É certo que as consequências climáticas recentes penalizam a safra de grãos e há projeções de quedas neste 2024.
Mas as plantas produtoras de etanol estão prontas para absorver o cereal disponível. E, assim, seguem ajudando estados como o Mato Grosso a ampliar a massa de renda regional.