Por que o mercado global de bioinsumos agrícolas deverá crescer 14% por ano
Por que o mercado global de bioinsumos agrícolas deverá crescer 14% por ano
Focados em agricultura sustentável, eles incluem, entre outros, produtos de controle biológico
Foto: Timi Gaier na Unsplash / Delcy Mac Cruz
O mercado global de bioinsumos agrícolas deve avançar em ritmo acelerado. Sua taxa de crescimento anual global até 2032 deve ficar entre 13% e 14%.
Se essa taxa for confirmada, o valor desse mercado global atingirá US$ 45 bilhões.
Em termos comparativos, esse montante equivale ao triplo do valor atual, de US$ 15 bilhões.
As informações são da CropLife Brasil, associação civil, sem fins lucrativos, que representa empresas especializadas em pesquisa e desenvolvimento de soluções para a produção agrícola sustentável. Leia mais sobre ela aqui.
Quem mais deve crescer: dentro desse mercado, segundo a entidade, o segmento de controle biológico se destaca como o mais relevante, representando 57% do valor estimado.
Na liderança: a tendência é que esses produtos continuem liderando a participação de mercado nos próximos anos.
Em que a projeção se baseia: o crescimento projetado está baseado na expectativa de que tanto os Estados Unidos quanto a Europa ampliem o uso de bioinsumos na produção de grandes culturas.
Brasil é destaque: o uso ampliado será similar ao que ocorre no Brasil, que já se destaca com uma das maiores taxas de adoção desses insumos globalmente.
Avanço: em estudo, a CropLife destaca, por exemplo, que o mercado de bioinsumos apresentou um crescimento de 15% na safra 2023/2024 em relação à safra anterior (confira o estudo aqui).
Quem são os bioinsumos: eles abrangem produtos de controle biológico, inoculantes fixadores de nitrogênio e solubilizadores de fósforo.
Por que são estratégicos: são produtos agrícolas utilizados como agentes de controle biológico (de pragas, doenças e plantas daninhas), fertilizantes, promotores de crescimento de plantas, mitigadores de estresses abióticos e bióticos e substitutivos de antibióticos.
Como são feitos: são elaborados com enzimas, microrganismos, extratos de plantas ou de microorganismos, macrorganismos invertebrados, metabólitos secundários e feromônios (leia mais a respeito aqui).
Sustentáveis: enfim, os bioinsumos só tendem a crescer globalmente porque, ao contrário dos concorrentes químicos, oferecem sustentabilidade sem agressão ao meio ambiente.
Riscos e desafios
Vale perguntar: se o cenário é todo positivo, o que falta para que o setor de bioinsumos deslanche de vez no Brasil?
Eles têm desafios regulatórios consideráveis, destaca estudo da CropLife feito com o Observatório de Bioeconomia da FGV (acesse aqui).
“As legislações vigentes, elaboradas para produtos químicos, sintéticos e minerais, ainda não refletem adequadamente as particularidades dos bioinsumos”, relata o documento.
Marco: reconhecendo essa necessidade, o Brasil está avançando na construção de um marco regulatório específico, visando garantir a segurança e a competitividade do setor.
Atrás: no aspecto econômico, o investimento nacional em pesquisa e desenvolvimento tem mostrado resultados promissores.
Entretanto, o Brasil ainda se encontra atrás de líderes como os EUA, China e Coreia do Sul no número de patentes e inovações biotecnológicas no setor. Incentivar políticas públicas e parcerias estratégicas pode ser um caminho para fechar essa lacuna.
Mitigação: do ponto de vista ambiental, os bioinsumos têm potencial para mitigar emissões de gases de efeito estufa e promover a biodiversidade.
Práticas: no entanto, atesta o estudo, o impacto positivo desses produtos está diretamente relacionado à adoção de práticas agrícolas adequadas e às condições locais de produção.
Arcabouço: enfim, o Brasil deve garantir que seu arcabouço regulatório esteja preparado para as inovações contínuas no campo dos bioinsumos, assegurando competitividade no mercado global.