Saem as primeiras previsões de oferta de cana em 2026 - e elas são positivas

Saem as primeiras previsões de oferta de cana em 2026 - e elas são positivas

Disponibilidade da matéria-prima do etanol e do açúcar deverá ser maior em relação à safra 2025/26.

Disponibilidade da matéria-prima do etanol e do açúcar deverá ser maior em relação à safra 2025/26.

Qual será a quantidade de cana-de-açúcar a ser disponibilizada para a safra 2026/27? Esta é a pergunta feita por 10 entre cada 10 profissionais do setor de bioenergia que ajudam a planejar o próximo ciclo produtivo nas unidades da região Centro-Sul do País.

Composta pelos estados das regiões Sul e Sudeste (exceto o norte de Minas Gerais), essa região é a principal produtora de etanol e de açúcar do país e contempla, também, Mato Grosso do Sul, Goiás, sul do Tocantins e do Mato Grosso, além do Distrito Federal.

 

Peso da oferta de cana a ser disponibilizada: segundo levantamento da UNICA, o processamento de cana no Centro-Sul chegou a 556 milhões de toneladas entre 1º de abril (quando a safra teve início) a 1º de novembro último.

Para se ter ideia, as regiões Norte e Nordeste, que concentram unidades produtoras, deverão processar até 60 milhões de toneladas.

 

Disponibilidade de cana é prioridade

 

Diante da situação, saber quanto de cana estará disponível em 2026 para as unidades do Centro-Sul é mais do que prioritário para o setor.

E as primeiras projeções de oferta da matéria-prima estão sendo divulgadas por consultorias especializadas.

A boa notícia é de que elas são positivas ante os resultados da safra em andamento.

 

Saiba algumas dessas previsões:

 

Terceira maior safra da história: em sua primeira estimativa, a consultoria StoneX projeta moagem de 620,5 milhões de toneladas na safra 2026/27, alta de 3,6% em relação ao ciclo 25/26. Com esse volume, a região poderá registrar a terceira maior safra da história.

A recuperação esperada é atribuída a três fatores principais: o rejuvenescimento dos canaviais, impulsionado pelo aumento das renovações nas safras de 2024/25 e 2025/26; a previsão de chuvas mais regulares entre os meses de outubro e março; e a expansão da área colhida, que deve alcançar 8 milhões de hectares, uma alta de 1,8% em comparação ao ciclo atual, segundo a StoneX.

 

 

Oferta maior: em projeção divulgada em outubro, a consultoria Datagro estima que as usinas do Centro-Sul do Brasil deverão processar 625,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2026/27.

Conforme a estimativa, a produtividade em ATR ficará em 139,5 kg/tc – ante 137,4 kg/tc na temporada 2025/26 – e o mix para açúcar em 52,0% – praticamente igual aos 52,1% projetados para o atual ciclo.

Com isso, a produção de açúcar deve totalizar 43,2 milhões de toneladas. Se confirmado, esse volume ficará 4,3% acima das 41,4 milhões de toneladas estimadas para a safra 2025/26.

 

Condições climáticas: em artigo, o gerente do departamento de pesquisa do Rabobank, Andy Duff, destaca que “o clima em 2025 tem sido mais ameno, mas, como sempre, as condições climáticas do verão serão um determinante crucial da moagem em 2026/27.”

“Parece haver um consenso geral de que existe o potencial para uma safra grande (620 milhões de toneladas ou mais). Um amplo plantio de cana de 18 meses no 1° trimestre de 2025 aponta que tanto a área a ser colhida quanto a produtividade média em 2026/27 poderiam superar 2025/26, sob premissa de um verão normal.”

 

Delcy Mac Cruz