Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, mostram numa análise setorial do agronegócio, o resultado de janeiro a agosto de 2023, foi 6,9% superior em relação ao mesmo período do ano passado. Isso significa que houve um aumento de 5,6% nas exportações, alcançando US$ 17,84 bilhões, e 0,6% nas importações, totalizando US$3,44 bilhões.
No total do Estado de São Paulo (somando todos os setores da economia), as exportações de produtos agrícolas são de 39,1%, enquanto a participação das importações é de 7,1%.
A participação do agronegócio paulista no agronegócio nacional, nos oito meses de 2023, se destacou nos seguintes grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (84,6%), produtos alimentícios diversos (75,4%), plantas vivas e produtos de floricultura (67,6%), complexo sucroalcooleiro (63,4%) e demais produtos de origem vegetal (63,3%).
As exportações paulistas sobressaem dos demais setores da economia, exclusive o agronegócio, com a soma de US? 27,80 bilhões, e as importações, US? 45,31 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US?17,51 bilhões. Mas, pode-se concluir que esse saldo negativo t do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho dos negócios agrícolas no estadual, cujo saldo se manteve positivo, na faixa de US? 14,40 bilhões.
Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo no período analisado, representaram 15,8% em relação ao agronegócio brasileiro, alta de 0,2p.p. ante ao mesmo período de 2022; já as importações tiveram aumento (0,5p.p.), passando de 30,3% para 30,8%.
Exportação do setor sucroenergético cresceu quase 26%
Nos primeiros oito meses deste ano, comparando a 2022, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos paulistas. O setor sucroalcooleiro, por exemplo, teve uma alta de 25,9%. Foram exportados US$ 6,09 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 87,5% e o etanol, 12,5%.
Os mesmo aconteceu nos demais setores, como de sucos (+16,4%) e florestais (+1,0%). Por outro lado, observou-se uma queda nos grupos de carnes (-25,8%), café (-10,0%) e complexo soja (-3,6%). Segundo o IEA-APTA, essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.
Além do faturamento com o setor sucroenergético, o complexo soja rendeu US$ 3 bilhões, tendo ela em grão 84,5% de participação; os demais setores como o de carnes exportou US$ 2,01 bilhões, em que a bovina respondeu por 80,9%; produtos florestais renderam US$ 1,78 bilhão, com 50,5% de celulose e 41,5% de papel e o grupo de sucos US$ 1,33 bilhão, dos quais 97,4% referentes ao de laranja.
Esses cinco agregados representaram 79,6% das vendas externas por setor no Estado. Já o grupo de café, tradicional nas exportações, aparece na sexta posição, com vendas de US?631,47 milhões (68,1% referentes ao verde e 24,5% de solúvel).
Exportações: setor sucroalcooleiro também tem a maior participação
No mesmo período foram analisados os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes no Estado, entre eles, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação, com 34,1%, uma elevação de 25,9% em valores e 6,6% em volumes de vendas externas, acompanhando o comportamento do açúcar (+30,1% em valores e 6,3% em volume), o principal produto, com destaque para a valorização de 21,9% no preço médio da commodity no período.
Já para o etanol, os embarques apresentaram elevações de 11,2% em volume e de 2,5% em valores. Os resultados apontam como principais compradores: China (9,8%), Nigéria (7,1%), Marrocos (6,7%), Índia (5,5%), Bangladesh e Arábia Saudita (5,4%, cada um), União Europeia (5,2), Coreia do Sul (5,1%) e Argélia (4,9%); os demais países 44,9%.
O setor complexo soja teve desempenho positivo e ficou na segunda posição, com elevação nos embarques (+8,4%) e queda em valores (-3,6%). O grão, principal produto, apresentou variação negativa de valores (-5,4%), mas com aumento em volumes (+6,4%), em comparados ao mesmo período de 2022. A China (66,9%) é o principal destino em termos de participação de valores, seguida de Tailândia (5,5%), Irã (5,2%), Indonésia (3,8%) e Argentina (3,3%); os demais importadores somam 13,3%.
As carnes apresentam perdas em valores (-25,8%) e em volume (-5,4%), no mesmo período. A bovina, principal produto com 80,9% de contribuição no grupo, registrou 30,9 % de quedas em valores, por ter exportado um volume menor (-12,0%) e da redução do preço médio (11,1%) no período analisado.
O segundo produto, a carne de frango, com 18,0% de participação no grupo, o desempenho foi de expansão em valores (+12,1%) e em volumes (+10,3%). A carne suína (0,2% de participação) apresentou resultado positivo em valores (+35,7%) e na quantidade embarcada (+36,7%). Os principais destinos em participação são China (49,8%), Estados Unidos (12,7%), União Europeia (6,7%), Hong Kong (3,4%) e Arábia Saudita (3,1%), enquanto os demais países compradores somam 24,3% de participação.
Na quarta posição na pauta paulista, o grupo dos produtos florestais teve certa estabilidade de janeiro a agosto de 2023, com aumento de 1,0% em valores e recuo de 1,6% na quantidade embarcada em relação aos mesmos meses do ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo, apresentaram elevação nos valores (+11,3%) e nos embarques (+5,9%). Já o papel obteve variações negativas para os valores (-4,4%) e volume (-16,7%). O principal destino em participação de valores exportados é a China (34,1%), seguida por União Europeia (13,1%), Estados Unidos (9,5%), Argentina (7,5%), Peru (5,3%) e Chile (5,0%). Outros países somam 25,5% de participação.
O suco de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou aumentos de 20,8% no valor e de 0,6% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado), as vendas externas ganharam em valores (+30,9%) e em volume (+22,6%). Já os outros de laranja não fermentados obtiveram altas de 0,7% em valores e queda de 15,8% em volumes. A variação total das exportações do grupo de sucos foi positiva em valores e em volume (+16,4% e +13,8%, respectivamente). Os maiores compradores desse grupo são União Europeia (50,4%), Estados Unidos (34,9%), China (4,9%) e Japão (3,3%); os demais compradores têm 6,5% de participação.
Para o grupo do café, os resultados apontaram quedas de 10,0% nos valores e 11,3% no volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café verde, que apresentou menores vendas de 15,1% em valores e de 11,0% em quantidades exportadas pelo estado; já o café solúvel obteve crescimento de 3,9% em valores e diminuição de 15,2% em volume comercializado. A União Europeia é o principal destino e suas compras representam 39,6% do valor exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (15,7%), Japão (7,7%), Argentina (7,6%), Canadá (3,9%,), Coreia do Sul (3,0%), Reino Unido e China (2,9%, cada um) e os demais países participam com 16,7%.
Os principais produtos de importação do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a agosto de 2023 foram: papel (US?270,00 milhões), seguido de salmões (US?259,31 milhões) e trigo (US?227,35 milhões).
Balança comercial e participação do Agro
A balança comercial brasileira registrou superavit de US$ 62,41 bilhões de janeiro a agosto de 2023, com exportações de US$ 224,58 bilhões e importações de US$ 162,17 bilhões. Esse resultado apresenta aumento de 42,7% no superavit em relação ao mesmo período de 2022, quando alcançou US$ 43,72 bilhões.
Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro no acumulado de janeiro a agosto de 2023 apresentaram aumento 4,2% em relação a igual período de 2022, alcançando US$ 112,68 bilhões, 50,2% do total nacional. Já as importações tiveram queda em 1% no período, registrando US$ 11,17 bilhões, 6,9% do total nacional.
O superavit do agronegócio chegou a US$ 101,51 bilhões no período, sendo 4,8% superior na comparação com o acumulado do período de janeiro a agosto de 2022.