Acesso à internet no campo ganha tração - e ela é puxada por grandes empresas do agro

Acesso à internet no campo ganha tração - e ela é puxada por grandes empresas do agro

Avanço da cobertura em domicílios rurais saltou 49,8% em 12 anos, segundo o IBGE

Imagem: AERP  /  Delcy Mac Cruz

O acesso à internet no campo ganha tração. No ano passado, 84,8% dos domicílios rurais tinham cobertura, ante 35% em 2016.

Esse avanço é confirmado pelo Módulo de Tecnologia e Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do IBGE.

Para se ter ideia, em 12 anos o avanço do acesso à internet no campo foi de 49,8 pontos percentuais.

Esse crescimento todo foi puxado pelos investimentos de grandes empresas e produtores do agronegócio.

Eles passaram a investir uma vez que não há densidade econômica para as operadoras implantarem antenas no campo.

No caso do agronegócio, não adianta nada o produtor ter tecnologias, como máquinas com tecnologias embarcadas, e não dispor de conexão para trabalhar. Daí os investimentos.

 

Avanço da conectividade

“O produtor consome tecnologia, fazemos a infraestrutura e a iniciativa privada aporta capital. Tem sido uma receita de sucesso”, disse ao Globo Rural Rodrigo Oliveira, CEO da Sol, do grupo RZK.

Em nota, a empresa informa ter alcançado a marca de mais de 30 mil estabelecimentos em regiões onde predomina a produção agropecuária cobertas com sua rede de conexão 3G/4G.

Esse marco reflete o avanço significativo da conectividade em regiões historicamente desconectadas, impulsionando o acesso a serviços essenciais, promovendo o desenvolvimento socioeconômico e ambiental nas áreas rurais, melhorando a vida das pessoas.

 

Avanço precisa crescer

O avanço da conectividade no campo cresce, mas ainda está abaixo do nível dos EUA, que é de 70% de cobertura.

Conforme o IBGE, nas áreas rurais há outro empecilho: falta de disponibilidade do serviço de cobertura na área do domicílio.

E levar a internet ao pequeno produtor segue um desafio. Ele vê o custo desse serviço como despesa.

Mais: levantamento da Associação Conectar/AGRO, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), destaca que a qualidade da internet que chega até as pessoas do campo é pior: 52% dos imóveis rurais não possuem acesso às redes 4G ou 5G.

O resultado é ainda menor quando considerada a área disponível para uso agrícola: aí, somente 34% das lavouras têm esse tipo de sinal.

Em que pese o saldo, o fato é que a conectividade rural avança no Brasil.