5 informações positivas sobre os créditos de descarbonização, os CBIOs
Por Delcy Mac Cruz
Destaques são de Paulo Costa, responsável pela estruturação desses ativos ambientais no mercado financeiro
Crédito da imagem: Udop
O saldo do mercado de créditos de descarbonização (CBIOs) está positivo, segundo Paulo Costa, que fez parte da equipe de construção da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).
Em tempo: os créditos integram o RenovaBio, que é programa de Estado.
Mais sobre Paulo Costa:
Na equipe comandada por Miguel Ivan Lacerda para estruturar o RenovaBio, Costa foi responsável pela escrituração, registro, negociação e aposentadoria dos CBIOs no mercado financeiro.
Costa atua desde 2006 em Políticas Públicas ligadas ao setor de biocombustíveis, é certificado como Analista de Infraestrutura e Valores Mobiliários (CNPI) e atualmente coordena o Departamento Sustentável de Mineração do Ministério de Minas e Energia (MME).
A pedidos do blog Fenasucro, Paulo Costa listou 5 resultados do mercado dos CBIOs ao longo de 2023.
Confira:
1 - Meta para distribuidoras é cumprida
As distribuidoras de combustíveis fósseis são consideradas ‘parte obrigada’, ou seja, têm metas de aquisição de CBIOs para quitar as emissões de CO2 decorrentes de gasolina e óleo diesel que venderam.
Sendo assim, elas tinham meta de 37,47 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (t COeq) para adquirir até o dia 31 deste mês de março.
Mas as distribuidoras já quitaram essa meta na virada de fevereiro para março.
2 - Como ficam as metas para 2024?
Para este ano, as metas deverão ser comprovadas até 31 de dezembro próximo. No caso das metas de 2023, sua comprovação foi definida até 31 de março de 2024 por conta de medida do governo federal.
3 - Preços dos CBIOs estão em queda
Às vésperas da comprovação do cumprimento das metas, no próximo 31 de março, os CBIOs operam em queda.
Motivo 1: isso se dá pelo fato dos distribuidores de combustíveis fósseis já terem adquirido ou aposentado a meta de 37,47 milhões de t/CO2eq.
Motivo 2: atribui-se a essa queda a necessidade de geração de caixa de algumas usinas de etanol na entressafra.
4 - Quem é favorecido com os CBIOs em menor preço?
[A situação de menor preço é de curto prazo] e tem gerado boas oportunidades para os compradores.
Passada a visão de curto prazo, os preços devem voltar a subir e o comprador que se acumulou de CBIOs deve realizar lucro.
Se não houver intervenção do regulador (o Conselho Nacional de Política Energética - CNPE), acredita-se, portanto, que tal estratégia terá uma boa lucratividade num futuro próximo.
O preço médio praticado entre janeiro e fevereiro foi de R$ 109,45/CBIO.
Sendo que na última semana de fevereiro o CBIO chegou a ser negociado a R$98,65.
Já em meados de janeiro, a moeda ambiental foi negociada a R$116,92/CBIO.
Confira balanço de CBIOs, em dados de Paulo Costa:
5 - E a participação dos investidores não obrigados?
Nos primeiros meses de 2024 houve redução da posição dos investidores da parte não obrigada (que investem nos CBIOs como ativo).
Esse fato pode ter um viés negativo, já que o aumento da participação desse tipo de investidor é altamente desejado para a Política Nacional de Biocombustíveis.
A aquisição do CBIO por investidores que não fazem parte do setor, mas que mesmo assim desejam reduzir a emissão de gases geradores de efeito estufa, traz uma redução de custo ao consumidor final de combustíveis.