Por que os biocombustíveis são (ainda mais) estratégicos diante das crescente emissões de CO₂
Por que os biocombustíveis são (ainda mais) estratégicos diante das crescente emissões de CO₂
Lançamentos de poluentes devem fechar 2024 em alta de 0,8% ante o ano passado
Foto: Freepik / Delcy Mac Cruz
As emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes de combustíveis fósseis deverão encerrar 2024 em alta de 0,8% na comparação com 2023.
Significa que as emissões nesse ano chegarão a 37,4 milhões de toneladas de CO2, um dos formadores dos gases de efeito estufa (GEEs), causadores do aquecimento global.
Os dados, que são recordes, integram o relatório Global Carbon Budget de 2024, produzido pelo Global System Institute de Exeter.
Estratégia dos biocombustíveis - diante desse preocupante quadro, os biocombustíveis reforçam seu peso estratégico na guerra pela redução de emissões, firmada oficialmente durante o Acordo de Paris, em 2015.
90% menos - para ficar em um exemplo, o peso do etanol combustível nessa guerra se dá porque ele chega a reduzir em 90% as emissões de CO2 ante o concorrente fóssil gasolina.
Em tempo: o Brasil produz e exporta outros biocombustíveis caso do biodiesel e do etanol de segunda geração. Mas vêm aí o combustível sustentável de aviação (SAF) e o biometano, que já é produzido por usinas de cana e deve ganhar escala nos próximos anos.
Destaques do relatório
O blog Fenasucro publica a seguir destaques do relatório (que pode ser acessado aqui, no original em inglês).
Confira:
Emissões: o Orçamento Global de Carbono de 2024 prevê emissões de dióxido de carbono (CO2) fóssil de 37,4 mil milhões de toneladas, mais 0,8% do que em 2023.
Longe do pico: apesar da necessidade urgente de reduzir as emissões para abrandar as alterações climáticas, os investigadores afirmam que ainda “não há sinais” de que o mundo tenha atingido o pico das emissões de CO2 fóssil.
Alteração de uso: com emissões projetadas de 4,2 mil milhões de toneladas resultantes da alteração da utilização dos solos (como a desflorestação), prevê-se que as emissões totais de CO2 sejam de 41,6 mil milhões de toneladas em 2024, contra 40,6 mil milhões de toneladas no ano passado.
Origem fóssil: nos últimos 10 anos, as emissões de CO2 de origem fóssil aumentaram, ao passo que as emissões de CO2 resultantes da alteração da utilização dos solos diminuíram, em média, deixando as emissões globais sensivelmente ao mesmo nível durante esse período.
Seca: neste ano, as emissões de CO2 provenientes de combustíveis fósseis e de alterações do uso do solo deverão aumentar, com as condições de seca a exacerbarem as emissões provenientes da desflorestação e dos incêndios de degradação florestal durante o evento climático El Niño de 2023-2024.
Avanço: globalmente, prevê-se que as emissões de diferentes combustíveis fósseis em 2024 aumentem: carvão (0,2%), petróleo (0,9%), gás (2,4%).
Estes contribuem, respectivamente, com 41%, 32% e 21% das emissões globais de CO2 fóssil, respetivamente.