Por Delcy Mac Cruz

Paulo Costa integrou a equipe de construção do RenovaBio, sendo responsável pela estruturação dos ativos ambientais no mercado financeiro

Crédito da imagem: Udop

A negociação dos créditos de descarbonização (CBIOs) ficará aquecida em 2024, segundo Paulo Costa, integrante da equipe de construção da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que integra os créditos.

Mais sobre Paulo Costa:

Na equipe comandada por Miguel Ivan Lacerda, Costa foi responsável pela escrituração, registro, negociação e aposentadoria dos CBIOs no mercado financeiro.

Costa atua desde 2006 em Políticas Públicas ligadas ao setor de biocombustíveis, é certificado como Analista de Infraestrutura e Valores Mobiliários (CNPI) e hoje coordena o Departamento Sustentável de Mineração do Ministério de Minas e Energia (MME). 

A pedidos do blog Fenasucro, Paulo Costa listou 7 expectativas do CBIOS para 2024.

Confira:

1 - Ano será aquecido

Motivo: “teremos a apuração de dois ciclos de metas obrigatórias. Em 31 de março, ocorre a apuração das metas de 2023. Enquanto as metas de 2024 deverão ser comprovadas até 31 de dezembro próximo.”

2 - Quantidade deve superar 2023

“Até o final de março, as 144 distribuidoras de combustíveis fósseis deverão aposentar 40,9 milhões de toneladas de carbono equivalente ( t/CO2eq).

A meta do fim do ano é de 38,78 milhões de t/CO2eq mais a quantidade de CBIOs das distribuidoras inadimplentes do ciclo 2023 (leia mais aqui).

Pelo histórico de inadimplência, a quantidade a ser apresentada no final do ano deve superar a de março deste ano.” 

3 - Cumprimento chegou a 90,4% em 22

“No ciclo 2022, foram cumpridas 90,4% do total das metas individuais atribuídas aos distribuidores pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Em 2021, foram aposentados 24,4 milhões de CBIOs por distribuidores de combustíveis, o que corresponde a 96,8% do total das metas individuais atribuídas a eles pela ANP.”

4 - Transparência na B3

“Os créditos de descarbonização são comercializados na Bolsa (B3) e são emitidos a partir da comercialização do biocombustível certificado, após um processo de escrituração realizado por uma instituição financeira e o registrado na B3 (leia mais a respeito aqui).”

5 - Previsão de 39 milhões de créditos

“Desde o início do RenovaBio, foram emitidos 116,6 milhões de CBIOs. A partir das expectativas de produção de biocombustíveis certificados para o ano corrente e sabendo que o percentual de mistura de biodiesel sairá de 12% para 14% a partir de março, tem-se a expectativa de se produzir 39 milhões de CBIOs neste ano.”

6 - O que significa esses 39 milhões de CBIOs?

“É montante suficiente para o cumprimento das metas.”  

7 - Esperada saudável competição

“Cabe a cada distribuidor de combustíveis estabelecer a própria estratégia de aquisição da moeda ambiental na B3, para que compre a um valor menor do que o seu concorrente.

Como a oferta e a demanda de CBIOs estão bem ajustadas, é esperada uma saudável competição entre os agentes com preço médio acima do realizado no ano passado.”