PIB da cana avança 4,5% e fecha o ano em R$ 95,9 bilhões

Montante integra o faturamento das mais de 300 unidades produtoras de açúcar e de etanol

Crédito da imagem: BP/Bunge/Divulgação

O faturamento do setor sucroenergético deve fechar 2022 com alta de 4,5% ante 2021. 

Com isso, o universo produtivo da cana-de-açúcar irá a R$ 95,9 bilhões, ou R$ 4,2 milhões acima do desempenho do ano passado. 

As informações estão na projeção mais recente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgada em 16 de novembro. 

Os valores traduzem o chamado Valor Bruto da Produção (VBP). 

VBP?

Trata-se do que o estabelecimento fatura, calculado, segundo o Ministério, com base na produção da safra agrícola e nos preços recebidos pelos produtores. 

No caso do setor sucroenergético, entram aí o cultivo da cana-de-açúcar e quanto recebem cada uma das mais de 300 usinas e destilarias em operação em 2022 no País. 

Vale destacar que o valor da produção é real, descontada a inflação e obtido pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Em resumo, o VBP também é denominado PIB do setor. 

Previsão para 2023

O Mapa também fez sua primeira projeção para o VBP de 2023. 

Conforme a Pasta, o setor sucroenergético canavieiro deverá crescer 1% sobre 2022. Desta forma, o faturamento previsto é de R$ 96,9 bilhões. 

Vale destacar que o mercado dos produtos sucroenergéticos é regido pela volatilidade. E, assim, é pra lá de arriscado indicar se etanol terá remuneração melhor ou pior do que o açúcar. 

Entram no radar produtivo do setor a oferta de cana, que tende ser maior que a safra em andamento, a 2022/23, que oficialmente vai até 31 de março. 

Leia aqui mais a respeito da próxima safra.

Fonte: Ministério da Agricultura

Ranking

Conforme o Ministério da Agricultura, o VBP em 2022 deverá alcançar R$ 1.179 trilhão. 

A projeção leva em conta o faturamento das lavouras (R$ 812,8 bilhões) e da pecuária (R$ 366,4 bilhões). 

Em termos comparativos, o VBP da cana representa 12% do VBP das lavouras e 8,1% do Valor Bruto total. 

“Este ano de 2022 mostra-se um ano quase excepcional onde tantos produtos melhoraram seu VBP”, relata, em comunicado, a Coordenação-Geral de Políticas Públicas do Mapa. 

Numa relação dos que mais contribuíram para os resultados, destacam-se algodão com aumento real do VBP de 23,6%; amendoim 11,7%; banana 17,2%; batata-inglesa 13,1%; café 29,5%; cana-de-açúcar 4,5%; feijão 8,2%; mandioca 13,9%; milho 13,35%; tomate 22,0% e trigo 36,4%”.