Saiba detalhes de novas plantas de biometano a ser produzido a partir de subprodutos da cana  

Saiba detalhes de novas plantas de biometano a ser produzido a partir de subprodutos da cana  

Gás renovável ganhará mais plantas produtivas e se prepara para ter produção em escala

Imagem: GasBrasiliano/Divulgação  /  Delcy Mac Cruz 

O biometano, também chamado de gás verde ou renovável da cana-de-açúcar, cresce em empreendimentos produtivos no setor bioenergético brasileiro.

Cocal, Adecoagro e Tereos estão entre as companhias do setor que purificam o biogás e o tornam em biometano, que  pode simplesmente substituir motores a gás natural veicular (GNV) e mesmo o gás encanado.

O produto é uma das mais importantes alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis, pois emite até 90% menos gases de efeito estufa do que o óleo diesel, segundo a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás).

De acordo com projeções da mesma entidade, a produção de biometano no Brasil deve crescer 600% até 2029, passando do atual 1 milhão de m³ por dia para 7 milhões de m³/dia.

 

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Em linha com o avanço do biometano, três companhias do setor bioenergético já oficializaram plantas dedicadas à produção do gás renovável.

 

Confira destaques das três companhias:

 

JALLES

A Jalles formalizou em 29 de abril contrato de compromisso de investimento com a francesa Albioma para viabilizar a produção e comercialização de biometano.

A Albioma é parceira da Jalles há vários anos.

“O pioneirismo sempre esteve no DNA da Jalles. E, mais uma vez, saímos na frente com uma iniciativa importante para transição da nossa matriz energética”, destaca, em nota, Rodrigo Pena de Siqueira, CFO da companhia de bionergia.

 

Destaques do investimento em Fato Relevante da Jalles:

 

●     1 – O biometano a ser produzido e comercializado será obtido por meio da purificação do biogás existente, resultante do processamento da totalidade da
vinhaça da cana-de-açúcar produzida na unidade Otávio Lage (UOL).

 

●     2 – O fechamento da operação está sujeito ao cumprimento de determinadas condições
suspensivas, incluindo, mas não se limitando, à obtenção de financiamento, assinatura de contrato de venda de biometano e aspectos regulatórios.

 

●     3 – Caso concretizado, o projeto de conversão da produção de biogás em biometano, está previsto para entrar em operação a partir de 2026.

 

●     4 – Produção estimada de biometano de até 10 milhões Nm³ por ano

 

●     5 – Participações acionárias respectivas da Jalles e da Albioma no projeto de 49% e 51%

 

●     6 – Financiamento via linha incentivada do BNDES ou equivalente

 

●     7 – Prazo da parceria: Até 31 de dezembro de 2046.

 

CMAA

A GEOMIT e a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) assinaram um Memorando de Entendimento (MOU) para desenvolver conjuntamente projetos de biogás e biometano em escala comercial a partir de resíduos da cana-de-açúcar, iniciando pelo Projeto Vale do Tijuco, localizado na região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais.

A iniciativa, formalizada em abril, tem como objetivo fornecer gás natural competitivo e de baixo carbono para indústrias locais e para o setor de transportes, contribuindo para a transição energética do Brasil.

A CMAA é uma empresa brasileira de agronegócio de destaque, especializada na produção de açúcar, etanol e bioeletricidade.

Com operações concentradas na região do Triângulo Mineiro, a CMAA tem capacidade de processar mais de 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano, sendo uma referência na bioeconomia do país.

A GEOMIT é uma joint venture criada em abril de 2024 entre a Mitsui Gás e Energia do Brasil (Mitsui Gás) e a Geo biogas & carbon (Geo).

 

Conversão eficiente

A GEOMIT combina a ampla presença da Mitsui Gás na infraestrutura de gás do Brasil — como acionista direta e indireta de 13 distribuidoras locais de gás canalizado — com as tecnologias proprietárias e inovadoras de biogás da Geo, desenvolvidas para converter de forma eficiente resíduos sólidos e líquidos do agronegócio em biometano de alta qualidade.

Essa colaboração será focada na valorização de resíduos orgânicos como vinhaça, torta de filtro e bagaço, transformando-os em energia limpa por meio de um processo de digestão anaeróbia avançado e sustentável.

O biometano resultante ajudará a diversificar a matriz energética de Minas Gerais, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e apoiar o crescimento sustentável do setor agroindustrial brasileiro.

O MOU representa um compromisso conjunto com a promoção da economia circular, a geração de empregos locais e a ampliação das soluções de gás renovável nas principais regiões produtoras de cana-de-açúcar do Brasil.

 

 

ATVOS

A Atvos terá sua primeira fábrica de biometano em Nova Alvorada do Sul (MS), onde já está instalada a Unidade Santa Luzia (USL), responsável pela produção de etanol e energia elétrica a partir da biomassa da cana-de-açúcar.

A expectativa é de que a unidade, que utilizará como matéria-prima resíduos da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, como a torta de filtro e a vinhaça, entre em operação até o fim de 2026.

A planta será instalada em uma área de 320 mil metros quadrados e terá capacidade para produzir 28,3 milhões de metros cúbicos de biometano por ano.

Além da Unidade Santa Luzia, a Atvos possui outras duas operações em Mato Grosso do Sul: a Unidade Eldorado, localizada em Rio Brilhante, e a Unidade Costa Rica, situada no município homônimo.