Produtores de biocombustíveis devem cumprir oferta de créditos de descarbonização
Produtores de biocombustíveis devem cumprir oferta de créditos de descarbonização
Até fim de outubro, emissão dos títulos somou 33 milhões, 75% do total necessário para o ano
Foto: Udop / Delcy Mac Cruz
Os produtores de biocombustíveis deverão cumprir a meta de emissão de Créditos de Descarbonização (CBios) para este 2024.
Por que esse cumprimento é importante: porque atende a demanda dos títulos, estimada neste ano em 46 milhões pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
No mais, a oferta de CBios dentro da meta é necessária para atender a demanda dos compradores compulsórios.
Quem são esses compradores: eles formam a chamada parte obrigada, ou seja, distribuidores como a Shell e Ipiranga, que precisam reduzir as emissões de carbono (CO2) de combustíveis fósseis a partir da aquisição de CBios.
No mais, os CBios também podem ser adquiridos por compradores desobrigados e até por pessoas físicas. A comercialização é feita pela B3 (mais informações aqui).
Como funciona: em resumo, cada CBio equivale a uma tonelada de CO2 que deixa de ser lançada na atmosfera. Sendo assim, se uma distribuidora emitir 10 milhões de toneladas de CO2 com a venda de gasolina e de diesel em 2023, terá de comprar 10 milhões de créditos para zerar seu passivo ambiental.
Saiba mais a respeito dos CBios aqui
Quem tem direito de emitir CBios: são os produtores de etanol, biodiesel, biometano e biogás devidamente certificados pela ANP no programa de Estado RenovaBio (leia aqui mais sobre esse programa).
Como os produtores irão garantir a oferta para atender a meta: essa produção deverá ser cumprida porque até 31 de outubro último, os estoques de CBios somavam 33 milhões de toneladas, segundo levantamento do Itaú BBA (que tem acesso livre aqui).
Com esse volume, os produtores precisam ofertar mais 13 milhões de créditos de descarbonização, já que, segundo a ANP, a meta do ano é de 46,4 milhões de CBios.
Produção crescente
A emissão de CBios tem crescido em 2024 ante 2023.
Conforme o relatório do Itaú BBA, apenas em outubro último a oferta dos créditos chegou a 4,22 milhões, alta de 32% sobre o mesmo período do ano passado.
Já no acumulado dos dez primeiros meses do ano, a soma atinge 35,2 milhões de CBios, alta de 25% frente a igual período do ano passado.
Confira dados de CBios no levantamento do Itaú BBA:
E daqui para frente, como fica a produção de CBios?
Os produtores de etanol, por exemplo, seguem em produção nas usinas das regiões Norte e Nordeste, onde a safra (ciclo produtivo) segue até março.
No mais, a produção de etanol a partir do milho - que também gera CBios para usinas certificadas - segue nos 365 dias do ano.
Além disso, outros biocombustíveis também geradores dos créditos, como biodiesel, biogás e biometano, também são produzidos no ano todo.
Essa produção de biocombustíveis neste restante de 2024 é estratégica para cumprir os 100% de oferta da meta da ANP.