Como o valor do CBIO volta a recuperar depois de ser desvalorizado
Como o valor do CBIO volta a recuperar depois de ser desvalorizado
Crédito de descarbonização ganhou média de R$ 10 por título em outubro
Imagem: Round Icons na Unsplash / Delcy Mac Cruz
Os créditos de descarbonização - os CBIos - são estratégicos para o Brasil comprovar sua redução nas emissões de gás carbônico por meio dos transportes.
É que cada CBIo equivale a uma tonelada de gás carbônico (CO2) que deixa de ser emitida - e o gás é um dos principais formadores dos gases de efeito estufa, os GEES.
Criado oficialmente com a lei que gerou o RenovaBio, o CBIo depende de uma série de comprovações técnicas pela unidade (usina produtora) para comercializar o título para compradores obrigados (distribuidores de combustíveis que precisam quitar em CBIos o que emitiram de CO2 com a venda de gasolina e diesel) e não obrigados (leia aqui mais a respeito dos CBIos).
Ocorre que o valor de comercialização do CBio tem registrado queda.
Motivo dessa queda: o título foi tema de sequência de judicializações de compradores obrigados. Com aval judicial, eles deixaram de adquirir, embora os lançamentos de CIOs seguiram firmes pelas usinas.
Como exemplo da queda, o valor do título começou o mês de setembro valendo R$ 32. Mas fechou o mês próximo de R$ 41, relata o Radar Agro do Itaú BBA.
A queda foi registrada a partir do fim de julho deste ano, segundo a consultoria Datagro, quando foi vendido na média por R$ 58,60. Caiu para R$ 49 em meados de agosto e para R$ 39 no começo de setembro (leia mais aqui).
Entretanto, o valor de mercado do CBio, manteve-se na média de R$ 41 nos primeiros dez dias de outubro, o que representa alta ante os valores dos últimos meses.
O que explica essa retomada?
Recuperação: “Isso pode ser visto como uma recuperação do pessimismo exagerado que tomou conta do mercado após uma nova sequência de judicializações em agosto”, destaca o estudo do Itaú BBA.
Efeito: essa redução do pessimismo reflete o efeito da legislação mais rigorosa contra as distribuidoras inadimplentes no “PL do CBios”.
Penalidade: entre outras, a “PL dos CBios” endurece regras para distribuidoras de combustíveis, tornando o descumprimento de metas de descarbonização um crime ambiental com multas mais altas.
Oferta: por sua vez, o mercado tem registrado elevada oferta de CBios neste ano, como consequência da forte venda de biocombustíveis.
Etanol: devido à forte venda de etanol, que está mais resiliente do que o Itaú BBA estimou, foi revisada a estimativa de depósitos de créditos de descarbonização para 2025.
“Nossa estimativa de vendas de etanol combustível é de uma queda de apenas 2% em 2025 em comparação com 2024, mantendo a maior participação do etanol de milho em 29% em 2025, frente aos 23% em 2024.”
Geral: dessa forma, “nossa estimativa de geração de CBios a partir do etanol deve chegar a 34,0 milhões (MM) de CBios.” No total, somando créditos de biodiesel, pelo uso de bio-GNV, “o total gerado em 2025 deverá ser de 41,9 MM CBios, um valor 1,1 MM de créditos acima da nossa estimativa anterior”, relata o banco.
