Por que o agronegócio esbarra em desafios quando se fala em novas tecnologias
Por que o agronegócio esbarra em
desafios quando se fala em novas
tecnologias
Situação impera, apesar de ser crescente a percepção de produtores rurais sobre os benefícios das soluções tecnológicas
Foto: SAE Brasil / Delcy Mac Cruz
Não é novidade nenhuma dizer que o agronegócio brasileiro é reconhecido por sua importância econômica. Assim como não é novo destacar sua capacidade de abastecer o mercado global.
Por sua vez, os integrantes desse ecossistema sabem que as novas tecnologias estão aí também para manter a pujança do agro.
Não é à toa que é crescente a percepção dos produtores rurais sobre os benefícios da adoção de novas tecnologias, destaca a pesquisa “Caminhos da Tecnologia do no Agronegócio”, da KPMG e da SAE Brasil.
Investimento - Hoje, o setor vivencia um momento singular de transformação impulsionada pela tecnologia. Em linha com isso, a pesquisa buscou capturar e analisar os estímulos que levam os produtores rurais e demais integrantes da cadeia de valor do agronegócio a investir em novas tecnologias.
Tendências - Assim como avalia as tendências tecnológicas que estão sendo trabalhadas pelos fabricantes, a visão sobre sustentabilidade e a transição energética no setor.
Quem participou da pesquisa
A pesquisa envolveu amplo espectro de integrantes da cadeia do agronegócio, incluindo produtores rurais, cooperativas, indústria de máquinas e equipamentos de tecnologia, prestadores de serviços, instituições de ensino e pesquisa e governo.
O blog Fenasucro apresenta a seguir destaques da pesquisa da KPMG e da SAE Brasil
Confira:
Reconhecimento: cerca de 44% dos respondentes reconhecem que a implementação dessas soluções resulta em melhor performance, ganhos de produtividade e redução de custos.
Necessidade de diálogo: parte considerável do público, 34%, entende que essas novas tecnologias precisam dialogar com produtores de diversas faixas etárias e tamanho de operação, além de serem compatíveis entre sistemas agrícolas diferentes.
Agricultura de precisão: em relação às principais oportunidades que rondam o dia a dia do produtor, a que aparece em primeiro lugar é a agricultura de precisão. Esta opção representou um terço das respostas.
Biocombustíveis: em segundo lugar, vêm a oportunidade de utilizar novas tecnologias como a eletrificação e maior utilização de biocombustíveis nos equipamentos agrícolas, com 27%.
Desafios
Capacitação: a pesquisa também identificou desafios significativos que o agronegócio brasileiro enfrenta. A capacitação dos produtores e da mão de obra foi apontada por 38% dos respondentes como o principal problema a ser enfrentado.
Condições financeiras: no que diz respeito às tendências de compra de máquinas e implementos, as condições financeiras emergiram como o fator de maior influência: juros, disponibilidade de crédito e prazos de pagamento foram citados como preocupações principais por 58% dos respondentes.
Canal de compra: também merece destaque o fato de as lojas físicas continuam sendo o principal canal de compra de máquinas e implementos. Esse fato deve ser percebido como uma oportunidade para a expansão do comércio eletrônico no setor.
Baixa presença de internet de alta velocidade: a pesquisa verificou que apenas 15% dos respondentes têm internet de alta qualidade no total da propriedade.
Na fazenda: uma fatia de 24% recebe o sinal de qualidade apenas na sede da fazenda. Os que têm o sinal de qualidade na sede e em parte da fazenda somam 33%. E 27% estão conectados, mas com sinal ruim.
Conexão: possuir o sinal de qualidade apenas na sede não é suficiente para conectar as máquinas em operação no campo com os modernos softwares de controle da produção.
Valor preocupa: quando indagados sobre os principais desafios para adoção da conectividade na totalidade da área de produção, as respostas demonstram com mais
destaque a preocupação com o valor do investimento necessário para a implementação da tecnologia, 27% das respostas, seguido pelo desconhecimento sobre as novas tecnologias, 18% das respostas.
Sustentabilidade: sobre o tema sustentabilidade, fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) não foram destacados como elementos influentes na decisão de compra pelos respondentes da pesquisa, que ainda tendem a priorizar a redução do custo da produção, mencionada por 55%.
Prêmio pela aquisição: dito isso, 24% dos respondentes estariam dispostos a pagar um prêmio entre 5% e 20% no custo de aquisição de máquinas e implementos agrícolas que tragam benefícios socioambientais.